As negociações de soja das safras velha (2014/15) e nova (2015/16) do Brasil avançaram no mês de maio favorecidas pelo câmbio, em meio à queda das cotações na bolsa de Chicago, informou nesta sexta-feira a consultoria AgRural.
O mês terminou com 68% da safra 2014/15 comercializada, avanço de 7% em relação ao final de abril e contra 75% na mesma época do ano passado.
Já as vendas da safra 2015/16 estão adiantadas, com produtores aproveitando para fechar os negócios antecipados antes do plantio a partir de setembro, tirando vantagens do câmbio favorável para a formação do preço da commodity.
A comercialização da soja 15/16 teve avanço mensal de 2%, chegando a 6% da produção potencial da safra. Há um ano, 2% da safra 2014/15 estava vendida.
Segundo a AgRural, com as cotações em queda na CBOT e o dólar ameaçando romper o suporte de R$ 3,00, o começo de maio foi parado para o mercado brasileiro da soja. “Mas o avanço da moeda americana frente ao real na segunda quinzena deu ânimo às vendas”, destacou.
Após os preços para 2016 registrarem mínimas no mercado interno, segundo a consultoria, os negócios com a safra nova também evoluíram na última semana do mês, favorecidos pelo câmbio.
Para 2015/16, Goiás continua na frente nas negociações, com 12% da safra potencial comercializada, seguido de Paraná, São Paulo e Piauí, com 10% cada, Mato Grosso do Sul, com 9%, Mato Grosso, com 6% e Rio Grande do Sul, com 2%.
Nas vendas da safra 2014/15, o Centro-Oeste segue na frente, com 76%. Em Mato Grosso, a última semana foi de bons negócios em várias praças. Em Sapezal, a saca que chegou a valer R$ 55,00 no começo de abril foi negociada por R$ 52,00. Em Nova Mutum, lotes saíram por R$ 53,50. Para fevereiro de 2016, o grão rodou a R$ 58,00 em Campo Verde, disse a AgRural.
Vendas de Milho
A consultoria disse ainda que maio foi um mês de poucos negócios para o milho brasileiro de segunda safra e vai chegando ao fim com 48% da “safrinha” 2015 comercializada no Centro-Sul.
“O avanço de 4% foi inferior aos 10% e 7% registrados em março e abril. Mesmo assim, o índice segue bem à frente dos 27% do ano passado”, disse a AgRural.
As quedas em Chicago e a expectativa de oferta maior devido ao bom desenvolvimento das lavouras pesaram sobre os preços, deixando o mercado lento.
A AgRural estima a produção brasileira de milho segunda em 2015 em um recorde de 49 milhões de toneladas.
Já a comercialização da safra de verão 2014/15 está atrasada ante o ano passado, terminando o mês em 55% da produção estimada para o Centro-Sul, contra 44% no final de abril e 69% um ano atrás. O Rio Grande do Sul lidera, com 76%, seguido pelo Paraná, com 58%, e por Goiás e São Paulo, com 55% cada.
Fonte: Reuters