Em Santa Catarina, a comercialização da safra de cebola 2014/15 encerrou com preços altos e intensa procura. Os preços pagos aos produtores chegaram a R$ 3,00 por quilo, valor bem superior aos R$ 0,50 de custo médio de produção. A colheita de cebola no Estado deve ser de 509 mil toneladas com 19.326 hectares plantados, um rendimento de 26,4 toneladas por hectare. Santa Catarina se mantém como o maior produtor nacional de cebola e esta já pode ser considerada uma colheita recorde.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, comemora a boa colheita e os preços extraordinários pagos aos produtores de cebola. “Os preços aumentaram gradativamente de outubro até maio, resultado da falta do produto no mercado nacional. Aproximadamente 50% dos agricultores venderam as cebolas por mais de R$ 1,00 o quilo, sendo que o custo de produção gira em torno de R$ 0,50”.
Sopelsa destaca ainda a força do agronegócio catarinense e a importância de valorizar os produtos no mercado interno. “O setor agrícola catarinense está batendo recordes e provando que o agronegócio faz a diferença na economia do Estado. Se não fosse a importação de cebola de países como a Holanda e Argentina, os produtores catarinenses poderiam ter tido uma remuneração ainda melhor o que traria benefícios não só para a agricultura, mas também para os outros setores da economia do Estado”.
Mesmo com a safra recorde, a oferta líquida de cebola no mercado foi de 330.000 toneladas, cerca de 80.000 toneladas abaixo da safra anterior, devido às perdas pós-colheita. O engenheiro agrônomo da Estação Experimental da Epagri de Ituporanga, Daniel Schmitt, explica que as mudanças bruscas de temperatura na primavera deste ano, com chuvas e calor intenso no período de colheita, prejudicaram a formação e conservação dos bulbos. Todos os estados do sul registraram o mesmo problema, diminuindo a oferta de cebola em 130.000 toneladas.
Como maior produtor de cebola do País, Santa Catarina está à frente de São Paulo e do Rio Grande do Sul. São aproximadamente 6.000 famílias rurais envolvidas na atividade, principalmente nos municípios de Ituporanga, Alfredo Wagner, Aurora e Imbuia