A discussão sobre a disponibilidade de recursos para o Plano Safra 2015/2016 está “pacificada” no governo, afirmou nesta terça-feira o secretário de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, André Nassar, acrescentando que o debate se volta agora às taxas de juros e outros pontos específicos.
“Tem vários detalhes. Por exemplo: limite para produtor vai subir ou não vai subir?”, disse Nassar a jornalistas após divulgação da nova previsão de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Ele também citou outros tópicos a serem contemplados no plano de financiamentos aos agricultores, como customização de programas específicos, boas práticas para a pecuária e aprimoramento de programas de investimento.
“Tem vários pontos para serem negociados, mas é questão de tirar um dia, os ministros sentarem e tomarem as decisões sobre o que tem que ser tomado. Então o Plano Safra está pronto para ser anunciado, mas tem que ser anunciado da forma correta”, afirmou Nassar.
Inicialmente, o Plano Safra estava previsto para ser divulgado no próximo dia 19, mas por conta da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que estará no país no dia, a divulgação foi adiada.
Em outro evento, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse a jornalistas que o plano pode ser lançado no dia 3 de junho.
Questionada a respeito na saída de um evento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ministra se limitou a dizer que esta será a data “se der tudo certo”.
No fim de abril, Kátia sinalizou que o Plano Safra 2015/16 não deverá sofrer cortes nos volumes de financiamentos ofertados para custeio agrícola, ao passo que os juros médios deverão subir. [nL1N0XO111]
O Plano Safra 2014/15 teve recursos para financiamentos de mais de 156 bilhões de reais, com taxa de juros média de 6,5 por cento ao ano.
SAFRA 14/15
Nesta terça, a Conab estimou que a produção brasileira de grãos 2014/15 será de 202,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 4,4 por cento sobre a safra anterior.
A previsão da Conab para a safra de soja foi elevada para um recorde de 95,1 milhões de toneladas, ante 94,3 milhões de toneladas na projeção de abril.
Com a colheita da oleaginosa na fase final, a Conab vê um aumento de 10,4 por cento na produção em relação à temporada anterior, com as lavouras sendo beneficiadas por um tempo favorável de uma maneira geral. Além disso, produtores elevaram em 4,6 por cento a área plantada em 14/15 ante 13/14.
Já a safra total de milho do Brasil 14/15 foi prevista em 78,6 milhões de toneladas, ante 79 milhões na previsão de abril, com a Conab reduzindo a projeção para a segunda safra do cereal para 47,9 milhões de toneladas, ante 48,7 milhões no mês passado.
Na temporada anterior, a produção total de milho do país somou pouco mais de 80 milhões de toneladas.
Já a safra de trigo, cujo plantio está começando, pode atingir históricas 7 milhões de toneladas, segundo a Conab, ante 6 milhões na colheita do ano passado.
A previsão para a safra 14/15 de algodão em pluma, por sua vez, foi mantida em 1,5 milhão de tonelada, contra 1,73 milhão na temporada anterior.
Durante apresentação, o secretário de Política Agrícola classificou a safra 2014/15 como “normal”, num cenário de preços que não chegam a ser nem muito altos nem muito baixos.
“É um resultado muito importante num momento de ajuste de preço internacional, um ajuste de câmbio. Uma coisa sempre anda junto com a outra”, afirmou Nassar.
Para ele, essa condição de preço da safra atual deve se repetir nos próximos dois anos.
Fonte: Reuters