Frango vivo agora vale um quinto do boi em pé

Embora todos os indicadores apontem que o frango tende a avançar cada vez mais em relação ao boi (na produção, na exportação, no consumo), em termos financeiros as perspectivas não se revelam tão otimistas, pois, a cada novo exercício, o frango vivo registra fortíssima desvalorização frente ao boi em pé. Nos últimos três anos, pelo menos, tem sido assim.

É verdade que em 2013 foram registrados resultados excepcionais nos meses iniciais do ano. É que, naquela ocasião, forçada pelos altíssimos custos, a produção sofreu compulsória redução, recuperada na medida em que o ano avançava e os custos refluíam – o que voltou a derrubar os preços da ave viva. Mesmo assim, o frango encerrou o primeiro quadrimestre do ano com um valor médio correspondente a 40,3% do preço pago pelo equivalente de boi em pé.

Em 2014, no mesmo período, a média registrada caiu para 30%, mas ainda apresentou resultados melhores que os de 2012 e 2011, anos em que a média do quadrimestre ficou em, respectivamente, 26% e 28%.

Neste ano, o quadrimestre está sendo encerrado com o pior resultado do quinquênio. Porque o processo de valorização iniciado pelo boi no ano passado vem tendo sequência em 2015, enquanto o frango registra desvalorização pelo segundo ano consecutivo. Daí o quadrimestre estar sendo encerrado com o frango vivo valendo, na média, 23,94% do boi em pé.

A média, porém, não reflete a realidade atual. Pois a sequência de valorizações do boi em abril contraposta à sequência de queda de preços do frango vivo faz com que, neste final de mês, a cotação do frango corresponda a apenas 21,71% da cotação do boi, provavelmente um dos piores resultados (senão o pior) do frango em todos os tempos.

Curiosamente, as baixas registradas pelo frango na comparação com o boi não chegam na mesma velocidade (ou no mesmo nível) ao consumidor. Em março passado, por exemplo, enquanto na produção o frango vivo alcançava valor equivalente a 24,5% do preço do boi, no varejo paulistano 1 kg de carne de frango resfriada custava o correspondente a 35% da carne de segunda, sem grandes alterações em relação a 2014 (39%) ou, mesmo, a 2012 (40%).

 

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Fonte: AviSite

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