Para presidente da Cooxupé, há espaço para avanço devido aos baixos estoques do grão e crescente consumo do produto.
O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, disse nesta quinta-feira, (19/3), não ver espaço para uma queda de preços da saca de café comercializada no País. “Pelo contrário, ainda há espaço para avanço nas cotações por causa dos baixos estoques do grão e do crescente consumo do produto”, declarou. Segundo ele, em 2014, o déficit entre produção e consumo no Brasil foi de 7 milhões de sacas de 60 quilos, muito em virtude de perdas ocorridas devido a períodos de estiagem.
Para 2015, citando números levantados pelo Conselho dos Exportadores de Café no Brasil (Cecafé), Paulino da Costa estima um déficit de 2 milhões de sacas. Mesmo que o consumo seja maior do que a produção e os estoques não estejam muito altos, o presidente da Cooxupé avalia que não haverá falta de matéria-prima no mercado brasileiro. “Pode ter aperto de oferta no ano que vem, mas não acredito na falta de café. Os estoques são baixos, mas os preços tendem a estimular o cafeicultor a aumentar sua produção”, afirmou.
Costa não quis cravar um preço para a saca de café em 2015. “Vai depender muito do mercado, não tem como prever”, disse. Hoje, o café arábica, de boa qualidade, vendido pela Cooxupé, está em média, de R$ 490 a R$ 500 a saca. Em 2013, os valores estavam em R$ 300 a saca e no ano passado, ficaram entre R$ 500 e R$ 520 a saca. “Os valores ainda não estão num bom nível, mas já estão compensando custos”, informou. Ele comentou, ainda, que a queda recente de preços na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) foi especulativa, oriundo do movimento de alguns grandes traders.
Paulino da Costa observou que o dólar fortalecido favorece o setor em relação a preços e receita oriundas de exportações. “Temos um outro lado favorável é que o fatos de que quem estabelece o preço do café no mercado mundial é o Brasil, que é o maior produtor”, ressaltou. A Cooxupé exporta 80% da sua produção, sendo 70% diretamente. “Agora, em compensação, nossos custos também aumentam, principalmente nos preços dos agrotóxicos, fertilizantes e maquinário”, completou. Ele disse que o aumento de energia, do óleo diesel e do frete também são prejudiciais ao setor.
Fonte: Revista Globo Rural