Produtores rurais mais qualificados do ponto de vista profissional, com foco no melhoramento genético, e facilidade para comprar bovinos a preços parcelados, especialmente na fase de cria, são pontos primordiais que podem tornar a pecuária de corte promissora em 2015. A dica é do médico veterinário Rodrigo Albuquerque, especialista em mercado do boi gordo e analista de mercado.
Apontada por ele como a “menina-dos-olhos” do segmento, a atividade de cria vem crescendo a passos largos. “A cria de bovinos vem aumentando desde 2007. No ano passado, o animal (nesta fase de vida) ficou aproximadamente 46% mais caro. O ano é da cria. Vocês estão virando a página e o mercado vem buscando um equilíbrio”, alerta Albuquerque.
Ele se refere aos aumentos observados durante todo o ano de 2014, pois, fora os bezerros, os garrotes subiram em média 38% e o boi magro, algo em torno de 31%. “Ágios de 40% em relação a arroba do boi serão constantes. Se preparem”, avisa o analista de mercado.
De acordo com Albuquerque, o setor é um dos mais vantajosos do momento para a pecuária de corte, principalmente porque seus produtores se profissionalizaram mais. No entanto, ainda alerta: “O sistema é muito heterogêneo e que ainda há uma enorme parcela a ser profissionalizada”.
O analista de mercado ressalta que, além da cria, a pecuária consegue obter ganhos importantes durante todo o ciclo percorrido pela carne percorre, que é formado também pela recria, engorda, atacado, varejo, exportação e concorrentes.
BOM NEGÓCIO
“O boi deu um salto e o nosso negócio ficou tão bom que todo mundo ganhou: a cria, o ciclo completo e a engorda. O patinho feio ficou bonito, o resultado em reais foi positivo e hoje todo mundo gosta de falar sobre a pecuária”, disse Albuquerque, durante sua palestra “Cenário Econômico e Perspectivas para a Pecuária de Corte”, ministrada recentemente em um evento promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg).
Vice-presidente institucional da entidade, Bartolomeu Braz destaca a importância de levar conhecimento para dentro da porteira, com informações que ajudem o produtor rural na gestão do seu negócio e a ideia da importância de se trabalhar com uma pecuária de precisão.
“Precisamos ocupar bem nossos espaços. Eu falo da intensificação da atividade e conhecimento de mercado. O setor que compra nossa carne é muito bem organizado. Não podemos perder o ‘time’ da coisa”, afirma.
Braz alerta, porém, para a dificuldade que alguns agropecuaristas ainda enfrentam para ver a própria atividade como um negócio que precisa de gestão.
“O segredo é produzir mais em um espaço menor. O produtor precisa estar atento à gestão da porteira para dentro, sem se esquecer de avaliar como está a situação da porteira para fora. Agora é o momento de discutirmos as ações dos governos municipal, estadual e federal no que se refere à infraestrutura, que impacta diretamente na competitividade.”
Por equipe SNA/RJ