A inclusão dos pequenos e médios produtores da Bahia na cadeia produtiva das florestas plantadas é o mote do trabalho do GT-Integração, capitaneado pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), em parceria com várias entidades.
O segundo encontro do grupo foi realizado dia 26 de janeiro deste ano, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), em Salvador (BA), e teve como foco a produção em consórcios como indicado no Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) e com uso múltiplo da madeira.
Presidente da Faeb e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, que abriu o encontro, destaca o potencial da Bahia na silvicultura e garante que enquanto foi presidente da CNA esse assunto será uma prioridade. Segundo ele, o Estado tem matéria-prima disponível e agora, “além de estimular os pequenos produtores a trabalharem nestes variados segmentos, é necessário investir em treinamento e qualificação”.
De acordo com o executivo, a Bahia conta com grandes extensões de terra, o que está atraindo novos investimentos na área de silvicultura. “Estamos no caminho certo de ampliar o uso da madeira plantada no Estado”, diz Martins, garantindo que a Faeb está à disposição do grupo.
Em razão das condições climáticas favoráveis e da alta tecnologia utilizada, a Bahia é uma das regiões produtivas do mundo, com 45 metros cúbicos de hectares por ano, podendo alcançar 60 m³/ha/ano em algumas áreas, ante 23 m³/ha/ano na Austrália, de onde veio o eucalipto.
ESTUDO
De acordo com estudo recente realizado pelo Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia (Moveba), em parceria com o Senai/BA (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), os setores de madeira e mobiliário do Estados são representados por 1.178 empresas, de 14 modalidades produtivas.
secretária executiva da Câmara de Silvicultura da CNA, Camila Braga afirma que setor de florestas plantadas vive um bom momento e destaca o interesse da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, citando o Decreto nº 8375, publicado no fim do ano passado, que define uma política agrícola para florestas plantadas, setor que agora passa a fazer parte do Mapa.
“Com esse aval, podemos estimular a integração entre produtores rurais e agroindústrias que utilizem madeira como matéria-prima”, diz e acrescenta que o trabalho do GT-Integração está alinhado com a proposta da ministra, que afirmou que o desenvolvimento setor é uma das metas do seu mandato.
Neste segundo encontro, foram construídos dois núcleos de trabalho, um voltado para a produção, liderado pela Faeb, e outro, para a indústria, a cargo do Moveba/Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia). As propostas do grupo estão alinhadas com o Programa Mais Árvores, da CNA, que incentiva o produtor rural a investir no plantio e manejo de florestas comerciais para usos múltiplos com tecnologia aplicada.
Uma das primeiras ações é a aplicação imediata do Programa Mais Árvores, com algumas adequações. A outra é a definição de um programa de médio prazo visando à integração dos setores de produção de madeira e o processamento industrial para uso múltiplo da madeira.
A reunião contou com a presença de representantes da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA), do Sebrae Nacional e Espírito Santo, da Agência da Madeira (PR), do Senai Bahia e Paraná, do Moveb e Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul Bahia (Aspex), entre outros parceiros.
Por equipe SNA/SP
