Software protege a água de defensivos agrícolas

Com base em dados toxicológicos, a nova versão do programa de software, batizado de ARAquá, apresenta como resultado quocientes de risco para organismos aquáticos e consumo da água pela população. Foto: Fábio Reynol/Divulgação Embrapa
Com base em dados toxicológicos, a nova versão do programa de software, batizado de ARAquá, apresenta como resultado quocientes de risco para organismos aquáticos e consumo da água pela população. Foto: Fábio Reynol/Divulgação Embrapa

Água contaminada equivale a água indisponível. Tão importante quanto o acesso ao recurso natural é preservá-lo em condições de potabilidade. Baseado nesse princípio, um software desenvolvido pela Embrapa batizado de ARAquá avalia os riscos da aplicação de agrotóxicos sobre os corpos hídricos subterrâneos, os lençóis freáticos e aquíferos, e também os superficiais, como rios, córregos e lagos.

Criado na Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), atualmente o programa é desenvolvido e aperfeiçoado pela Embrapa Gestão Territorial, localizada em Campinas (SP), e pode ser baixado gratuitamente no site desta unidade (link abaixo).

O produto está disponível a qualquer interessado e é destinado especialmente a órgãos oficiais de controle ambiental, organizações ambientais, empresas ligadas ao setor agropecuário e profissionais que trabalham com gestão ambiental.

Um dos maiores usuários do ARAquá é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que o emprega na avaliação de riscos ambientais de agrotóxicos no processo de registro para uso e na reavaliação de produtos que já estão no mercado.

Os dados de entrada necessários para as simulações são de fácil obtenção e a interface do ARAquá com o usuário é amigável. O cadastramento de condições do clima, propriedades do solo e situação do terreno permite que os cálculos sejam feitos para condições brasileiras.

Com base em dados toxicológicos, a nova versão do ARAquá apresenta como resultado quocientes de risco para organismos aquáticos e consumo da água pela população. Para cada um deles o software apresenta um quociente. Caso a concentração estimada daquele produto na água estiver acima do nível aceitável, o valor aparecerá grifado em vermelho.

Se o resultado não for uma concentração perigosa, ele será mostrado com um grifo verde, ou ainda em amarelo, representando risco potencial em casos específicos. “Um exemplo de indicação amarela são os casos de risco somente se o corpo hídrico abrigar espécies ameaçadas de extinção. Se for essa a situação, o ARAquá apresenta o quociente grifado em amarelo com a respectiva explicação”, comenta o analista Rafael Mingoti, da Embrapa Gestão Territorial, um dos desenvolvedores do programa.

“Não adianta ter água em abundância se ela não estiver potável. A qualidade da água é tão importante quanto a sua quantidade, nesse sentido essa ferramenta auxilia justamente na preservação dos corpos hídricos sem contaminação”, analisa o gerente geral da Embrapa Gestão Territorial, o pesquisador Claudio Spadotto, que concebeu o ARAquá.

A equipe agora trabalha no ARAquáGeo, uma versão que faz os cálculos com dados georreferenciados, apresentando os resultados em mapas. O desenvolvimento do ARAquá conta com parceria da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) e da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), ambas no município de Botucatu (SP).

Para baixar o ARAquá, acesse: http://www.sgte.embrapa.br/produtos/araqua.php

Publicado na Revista XXI Ciência para a vida.

Fonte: Embrapa

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