O Rio de Janeiro figura na 11ª posição entre os Estados produtores de leite, com cerca de seis milhões de litros ao ano, e precisa importar perto de 70% das necessidades do setor. Apesar de ter registrado, nos últimos anos, um grande incremento na instalação de unidades processadoras, a produção não acompanhou, nem de longe, esse crescimento. É o que observa o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Joel Naegele.
Segundo ele, a produção no estado tem capacidade para evoluir de maneira significativa. No entanto, ressalta: “É necessário garantir incentivos a esse grande número de pequenos e médios produtores que, com tecnologia já conhecida e assistência técnica dariam, certamente, um salto importante na produção”.
Naegele reconhece as boas estimativas do setor, mas lamenta a ausência de políticas públicas. “Um dado que chama atenção é o grande número de produtores com fornecimento de até cem litros ao dia, que em algumas unidades receptoras representam 70% da produção total. Logo a seguir há cerca de 15% de produtores com até 200 litros ao dia. Esses dados justificam a adoção de programas e parcerias”.
EVOLUÇÃO
A visão do vice-presidente da SNA é baseada em sua experiência de 60 anos de trabalho em cooperativas leiteiras, incluindo passagem pela Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL). Nesse período, pode acompanhar a evolução do longo caminho que o produto percorre, da fazenda ao consumidor final.
Entre as mudanças ocorridas, destaca como principal a Instrução Normativa nº 51 do Ministério da Agricultura, que estabeleceu a colocação de tanques de expansão (ou resfriamento) nas propriedades produtoras, permitindo a entrega do leite à unidade industrial com qualidade garantida.
“Essa mudança foi de tal forma chocante que mexeu com a cabeça dos produtores, e houve até ameaça de rebeldia entre os mais afoitos que diziam ‘não vai dar certo’! Deu certo e hoje todos reconhecem os benefícios daí recorrentes. Com isso, os velhos e enferrujados latões foram substituídos”, lembra Naegele.
PRODUÇÃO NACIONAL
Atualmente, o Brasil está em quinto lugar entre os maiores produtores mundiais e tem à sua frente Índia, Estados Unidos, Paquistão e China.
Dados divulgados pela Scot Consultoria informam que, de 2000 até 2012, a produção do país passou de 19.7 bilhões de litros para 32.5 bilhões, com notável crescimento.
Equipe SNA/RJ