Mais de 8 milhões de jovens brasileiros ainda vivem no campo, mas poderia ser um número maior se 3 milhões deles, entre 15 e 29 anos, não tivessem rocado a zona rural pela vida nas cidades, a maioria atrás de estudo. O dado é da Secretaria Nacional de Juventude com base em avaliações feitas entre os anos de 1996 e 2006.
É para atender à demanda e à necessidade de qualificação profissional daqueles que optaram pela vida na fazenda que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) acaba de lançar o programa Aderindo à Rede e-Tec Brasil, do governo federal por meio do Ministério de Educação (MEC). A intenção é oferecer cursos técnicos de nível médio à distância com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do chamado Brasil rural, reduzindo o êxodo para as grandes cidades.
As inscrições já estão abertas pelo site www.senar.org.br/etec para o processo seletivo do Curso Técnico em Agronegócio. O prazo termina no dia 10 de dezembro e as aulas deste primeiro curso estão previstas para começar em fevereiro de 2015.
“A capacidade produtiva e a soberania alimentar do Brasil dependem dessa juventude”, afirma o secretário executivo do Senar e presidente do Sindicato Rural de Alexânia, Daniel Carrara. Por isso, ele explica que a Rede e-Tec deve propiciar uma “grande guinada em nossa estrutura educacional, abrindo novas portas de acesso ao ensino técnico e tecnológico para homens e mulheres do meio rural”.
Ele garante que o ensino, mesmo à distância, será diferenciado, pois todo os conteúdos dos cursos serão totalmente voltados para a realidade rural, porque, desta forma, os jovens vão encontrar “excelentes oportunidades de trabalho no campo, principalmente para aqueles que não podem se deslocar a grandes distâncias para adquirir os conhecimentos necessários para melhorar sua qualidade de vida”.
Na opinião de Carrara, a Rede e-Tec Brasil Senar vai assegurar o aprendizado gratuito, conforme a disponibilidade de horário e local dos próprios alunos. “Trata-se de uma verdadeira democratização do conhecimento, que não pode ficar guardado” afirma o secretário executivo. O programa vem sendo considerado um dos maiores do País no que diz respeito à educação técnica à distância, com destaque agora para o agronegócio.
POLOS
De acordo com o Senar, serão diversos polos espalhados por todo o País. Em Goiás, haverá um espaço para apoio presencial, no município de Alexânia, nas proximidades de Brasília (DF), com a disponibilização de 40 vagas. Em Pará, por exemplo, já foram definidos dois polos para a Rede e-Tec, para cem alunos: um, em Santa Isabel do Pará e outro, em Capanema.
Em Amazonas, o polo oferecerá 30 vagas na cidade de Autazes; em Mato Grosso do Sul, serão três – Dourados (80), Inocência (80) e Maracaju (80). Contagem (MG) também terá um local para 40 alunos. Para ver lista completa de todas as cidades e o número de vagas, acesse http://ow.ly/EuPKc.
A carga horária será de 1.230 horas/aula a ser cumprida em dois anos de curso predominantemente à distância, embora inclua uma parte presencial, que precisará ser cumprida em polos de apoio, montados em diversas regiões do País. Na primeira etapa, serão disponibilizadas 1.310 oportunidades, em 20 locais em nove Estados brasileiros: Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe.
Todas as unidades já contam com infraestrutura física, tecnológica e professores, com salas de aula e videoconferência, laboratórios de informática, bibliotecas, além de acesso específico para portadores de necessidades especiais.
Em um futuro próximo, a intenção do Senar é implantar uma rede de cobertura nacional com mais de cem polos de apoio presencial, garantindo, desta foram, 20 mil vagas somente no curso Técnico em Agronegócio.
Por equipe SNA/RJ
