Embora ainda não seja possível dimensionar todo o dano à safra 2013/2014, na área de logística, causado pela estiagem prolongada em São Paulo, a estimativa é que o prejuízo ao agronegócio já passa de R$ 30 milhões. A informação, do presidente do Conselho de Logística e Infra-estrutura da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Renato Pavan, refere-se apenas à suspensão da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná.
Pavan acrescentou que a expectativa de prejuízo potencial pode chegara a R$ 45 milhões, somente com os problemas enfrentados no transporte da safra pela hidrovia.
“Hoje, para se transportar grão de São Simão pela hidrovia até Pederneiras e, de lá, com ferrovias até Santos, custa R$ 86 a tonelada. Como não foi possível continuar a navegação na hidrovia, então essa carga teve de ir por caminhão custando R$ 101 por tonelada. Essa diferença provoca a diminuição da renda do produtor e congestionamento das estradas até o porto, sem falar na quantidade de caminhões para substituir a ferrovia”, disse em entrevista à Agência Brasil,
A Hidrovia Tietê-Paraná tem 2,4 mil quilômetros de extensão, sendo 800 km no Estado de São Paulo. Ela conecta os cinco maiores estados produtores de grãos: Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Devido à falta de chuva, à falta de planejamento do governo estadual e ao aumento de geração de energia nas hidrelétricas de Ilha Solteira e de Três Irmãos, trechos de navegação na hidrovia tiveram de ser paralisados.
Segundo Pavan, a hidrovia tem, hoje, capacidade para transportar 6 milhões de toneladas de carga, sendo 3 milhões de grãos e 3 milhões referente ao que chama de “caráter regional”, com transporte de cana e areia.
“Mas ela tem potencial para receber até 12 milhões de toneladas”, destacou ele, acrescentando que a hidrovia deverá passar por obras.
Fonte: Monitor Mercantil