Pesquisa comprova que inimigos naturais são aliados no controle da Helicoverpa armigera

A pesquisa revelou ainda que entre os inimigos naturais avaliados, o grupo dos parasitoides é o que mais contribuiu para redução populacional da lagarta helicoverpa nas lavouras de soja do Paraná, causando 48,9% de mortalidade.
Pesquisa da Embrapa revela que, entre os inimigos naturais avaliados, o grupo dos parasitoides é o que mais contribuiu para redução populacional da Helicoverpa armigera nas lavouras de soja do Paraná, causando 48,9% de mortalidade

Na safra 2013/14, levantamento realizado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em lavouras de soja do Paraná, revelou que o índice médio de mortalidade das lagartas de Helicoverpa armigera pela ação dos inimigos naturais (parasitoides, patógenos e nematoides) foi de 60,9%, o que confirma a ação positiva destes organismos no controle da praga. Os resultados dessa pesquisa estão disponíveis na publicação “Inimigos naturais de Helicoverpa armigera em soja” que está sendo lançada durante a 34ª Reunião de Pesquisa de Soja, em Londrina (PR).

O estudo consistiu na avaliação de 1387 lagartas de Helicoverpa armigera, coletadas entre outubro de 2013 a abril de 2014, em 16 municípios do Paraná. As amostras foram observadas no laboratório de Entomologia da Embrapa Soja quanto à ocorrência de agentes naturais de mortalidade. Entre as lagartas coletadas, apenas 29,8% foram consideradas sadias ao completaram seu desenvolvimento.

“Portanto, fica evidente que os inimigos naturais presentes nas lavouras de soja, se não forem eliminados, são importantes para o controle natural da praga”, explicam os autores da publicação Beatriz Corrêa Ferreira, Clara Beatriz Hoffmann Campo e Daniel Sosa Gómez.

A pesquisa revelou ainda que entre os inimigos naturais avaliados, o grupo dos parasitoides é o que mais contribuiu para redução populacional da lagarta Helicoverpa nas lavouras de soja do Paraná, causando 48,9% de mortalidade. Os pesquisadores enfatizam, portanto, que a preservação dos inimigos naturais é uma estratégia fundamental no controle da Helicoverpa.

“Por isso, preferencialmente, os produtores devem priorizar o uso de inseticidas seletivos aos inimigos naturais como o baculovírus e o Bacillus thuringiensis, que são formulações biológicas que controlam a lagarta e não afetam seus inimigos naturais”, explicam os autores.

“É importante destacar que a aplicação de inseticidas não seletivos aos insetos benéficos, de forma abusiva, apenas agrava os problemas com pragas, além de aumentar, desnecessariamente, o custo de produção.”

SOBRE A LAGARTA

A Helicoverpa armigera é considerada uma das pragas mais importantes da agricultura mundial. No Brasil, foi identificada no início de 2013. A lagarta é uma praga polífaga, ou seja, ela se alimenta de várias culturas, portanto, são mais difíceis de serem controladas, já que é abundante a oferta de alimentos durante todo o ano. Portanto, a melhor forma de lidar com essa situação é adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) nas diferentes culturas que compõe o sistema produtivo, pois a utilização inadequada de inseticidas sem observar outras táticas de manejo pode agravar ainda mais o problema.

Fonte: Embrapa

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