Fusão de companhias é tendência para setor de distribuição de insumos

segmento movimentou R$ 64 bilhões na safra 2013/2014 e deve crescer entre 6% e 9% para o período de 2014/2015
Segmento de insumos movimentou R$ 64 bilhões na safra 2013/2014 e deve crescer entre 6% e 9% para o período de 2014/2015, segundo a Andav

 

Em busca de mais profissionalização e competitividade no mercado, uma das principais tendências para o setor de distribuição de insumos agrícolas é a fusão e aquisição entre empresas. Segundo o presidente executivo da Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários (Andav), Henrique Mazotini, o segmento movimentou R$ 64 bilhões na safra 2013/2014 e deve crescer entre 6% e 9% para o período de 2014/2015, com a colaboração de fundos de investimento estrangeiros que vêm atraídos pelo aumento na profissionalização das organizações.

“Uma fusão é algo que não é simples de se fazer. A maioria das companhias do setor é composta por empresas familiares que precisam se capacitar para agregar necessidades que o mercado ambiente está impondo. Parcerias bem formadas e novos produtos surgem dessa forma. Esse tipo de trabalho está gerando uma visão de futuro que já está acontecendo no presente”, avalia o presidente do conselho diretor da Andav, Carlos Henrique Franco Nottar, em entrevista ao DCI.

Os executivos contam que já é possível sinalizar o interesse de alguns fundos de investimento no setor, “mas estes investidores precisam de empresas sólidas para se consolidarem no País, daí as fusões”, completam.

Nottar enfatiza que outra tendência é a governança corporativa, que também se fortalece da junção de companhias e auxilia na construção de um planejamento estratégico com uma visão mais apurada. Neste contexto, a entidade estima que na próxima safra haja menos empresas no setor, porém maiores. “Seriam mais filiais com gestão de estoque e logística mais apurada”, diz.

 

CAPACITAÇÃO

Com empresas mais estruturadas, outra tendência levantada pelos executivos – para o agronegócio e para o âmbito corporativo em geral – é a gestão estratégica de pessoal. De acordo com Mazotini, o setor de distribuição de insumos emprega mais de dez mil profissionais atualmente.

“Esses profissionais têm que atender a evolução de todo o sistema agrícola. Hoje em dia está cada vez mais difícil encontrar pessoas aptas a determinados cargos. Cresce a necessidade de capacitar e as empresas também devem evoluir neste sentido”, comenta Nottar.

Para atender a esta demanda foi criado o programa AgroAção, com o objetivo de treinar e transferir informações técnicas para a aplicação ao cotidiano do distribuidor. Temas como transporte, armazenagem e legislação são debatidos através de cursos e workshops com atendimento a nível nacional.

O suporte e a capacitação são dois pilares da associação. “Somos um elo do agronegócio, entre o fornecedor e o produtor rural. Fazemos todo o processo de logística, orientamos o agricultor com recomendações de insumos, financeiras e etc. Acompanhamos a cadeia produtiva com um trabalho de consultoria antes, durante e depois do plantio”, afirma Mazotini.

 

ENTRAVES

Presente em diversos debates do setor agrícola, a estrutura do seguro rural é considerada um dos maiores entraves para os produtores e distribuidores rurais.

“A associação ocupa uma posição intermediária entre o agricultor e o distribuidor, e sabemos que a melhora nos produtos das seguradoras é um dos principais pleitos de ambas as partes. Entendemos que o sistema de seguro não conhece profundamente a agricultura e as fontes de dados do ministério não contemplam a atualidade, considerando as peculiaridades regionais das culturas”, conta Mazotini.

Para o presidente executivo, falta o estabelecimento de regras tanto do governo quanto das seguradoras.

À medida que este processo for encaminhado, a prática de seguro tende a crescer paralela à expansão das atividades agrícolas. “Em algumas culturas, o Brasil já tem tecnologia suficiente para produzir cinco safras no período de dois anos. Quanto mais exposto ao risco, mais necessária é uma medida de mitigação. Se não tem seguro, uma empresa pode quebrar a qualquer momento”, enfatiza Mazotini.

O programa “Tempo de Garantia” foi desenvolvido pela associação e disponibiliza produtos de seguro aos distribuidores nas seguintes áreas: empresarial (contra incêndio e roubo), transporte, vida, frota veicular, garantia de colheita e máquinas agrícolas. A Andav foi fundada em 1990 e reúne cerca de mil empresas que, juntas, faturam mais de R$ 17 bilhões anualmente.

Entre os dias 18 e 20 de agosto, a associação pretende reunir governo, iniciativa privada, grandes e pequenos empresários, e cooperativas para seu quarto congresso, em São Paulo.

“Este é mais um exemplo do esforço que o setor está fazendo para fortalecer a cadeia produtiva e apoiar os produtores e distribuidores do agronegócio. Um ponto em destaque é o debate das tendências para o setor, que deve acompanhar o crescimento do estimado para o segmento agrícola nesta safra”, afirma o presidente do conselho diretor.

 

Fonte: DCI

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