A conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+20 terá a partir do próximo dia 16 uma plataforma digital de discussão de temas relevantes ao encontro. No endereço https://www.riodialogues.org, o internauta poderá acessar um fórum e propor tópicos de discussão. Segundo o chefe negociador do Brasil, o embaixador André Corrêa do Lago, o diálogo será mediado por 27 universidades, sendo divididas pelo critério de um terço provenientes de países em desenvolvimento, um terço de países ricos e um terço do Brasil.
“A ideia é começarmos com estas instituições, mas ampliar a participação da sociedade civil nestas discussões”, disse Lago nesta tarde em São Paulo. De acordo com o embaixador, um dos desafios do Brasil como país que sedia o evento é vincular sua imagem à chamada “economia verde” e buscar aliados para este paradigma de desenvolvimento, associando a questão ecológica ao social e econômico. O encontro, que será realizado de 20 a 22 de junho, tem a participação confirmada de 100 representantes de nações e uma ausência de peso: o Reino Unido, que já declarou que não participará.
O embaixador lembrou a conferência de 20 anos atrás, a Rio 92, primeira oportunidade em que se debateu a questão das emissões de gases de efeito estufa e também de substâncias agressivas à camada de Ozônio. Duas décadas depois, de acordo com ele 95% das emissões do clorofluorcarbono (CFC) foram cortadas. “Em menos de 20 anos se passou do descobrimento da existência do problema para a eliminação total dos gases. É a demonstração que pode haver uma ação mundial com resultado fisicamente comprovado”, disse.
Ainda de acordo com o embaixador, as Nações Unidas (ONU) devem aproveitar a oportunidade não para discutir números e metas, mas atacar a falta de ação para consolidar os pilares de um desenvolvimento sustentável que alie os temas econômicos, ambientais e sociais em uma única agenda. “Devemos obrigar o mundo a tratar de assuntos pelos quais se tem alguma relutância ou ainda falta de entusiasmo”, declarou.
Fonte: Terra