Para beneficiar os integrantes do Projeto Jaíba, foi inaugurado na quinta-feira, 26 de junho, o Centro de Qualidade em Fruticultura, no município de Mocambinho, norte de Minas Gerais. O novo centro, desenvolvido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), tem como objetivo dar maior apoio técnico e mercadológico à produção de frutas de qualidade de cinco mil famílias de agricultores familiares, através do reforço à defesa sanitária vegetal, além de meios para garantir a competitividade dos produtores.
O diretor-técnico do IMA, Thales Almeida Pereira Fernandes, explica que o novo Centro de Qualidade em Fruticultura vai trabalhar diretamente com a defesa sanitária vegetal, que inclui o controle de pragas quarentenárias, principalmente para atender as exigências de exportação. Segundo Fernandes, será dada maior atenção à produção de mamão, manga, frutas cítricas e bananas. Os trabalhos se destinarão ao controle de pragas e doenças como o cancro cítrico, greening e sigatoka negra, entre outros.
Responderá, ainda, pelo controle do uso e comércio de agrotóxicos na região e pelo monitoramento da produção, visando à certificação pelo próprio IMA. Além dessas funções, o escritório atenderá também à sanidade animal e fará a emissão de documentos sanitários. Para desenvolver os trabalhos a unidade contará com dois técnicos em agropecuária, um engenheiro agrônomo e um funcionário administrativo.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, André Merlo, as ações para o fortalecimento da fruticultura no Projeto Jaíba deverão gerar importantes reflexos econômico-sociais.
“O projeto, que atende a uma grande variedade de cultivos, confirma a vocação do norte do Estado para a produção principalmente de frutas por meio da irrigação. A união das forças público-privadas é indispensável para a realização de programas que favoreçam o desenvolvimento dos cultivos com sustentabilidade”, explica.
Ele ressalta que, “neste cenário, a criação do Centro de Qualidade em Fruticultura constitui um avanço importante, porque a unidade atenderá especialmente os produtores de Mocambinho e região com ações de defesa sanitária vegetal, fundamentais para a certificação dos produtos destinados ao mercado interno e externo. Isto é fundamental para a maior inserção das frutas do Jaíba em mercados que remuneram bem”.
ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES
Na oportunidade, também serão inauguradas as instalações da Central de Associações dos Produtores Rurais do Projeto Jaíba (Centraljai), com o início de funcionamento dos equipamentos adquiridos com doação da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) – órgão do governo japonês responsável pela implementação da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA).
Por meio da parceria Governo de Minas Gerais, Jica, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), Centraljai e Codevasf, o Projeto de Desenvolvimento de Capacidades na Pós-colheita e Práticas de Marketing na Região do Jaíba deverá aumentar a competitividade dos pequenos e médios produtores da região do Jaíba. Haverá atenção especial aos processos de produção de frutas e classificação das frutas, principalmente manga e mamão.
Um sistema de informação de mercado possibilita aos produtores locais conhecer os preços dos produtos comercializados na CeasaMinas e Central Ceagesp, bem como a capacitação para planejamento de marketing. O projeto alcança também a melhoria nos cuidados com o pós-colheita e a utilização de equipamentos para a padronização das frutas. Além da melhoria da estrutura de armazenagem (câmaras frias e túnel de resfriamento).
O secretário da Agricultura ressalta que “a nova estrutura deve auxiliar os produtores na valorização dos produtos. Assim o mercado pagará um preço diferenciado pelas frutas beneficiadas”. Ele ainda diz que “o governo de Minas Gerais, por intermédio da parceria, procura eliminar os gargalos na comercialização da produção do Jaíba e, com isso, possibilitar o aumento da receita dos agricultores da região mediante o atendimento à crescente demanda por alimentos de qualidade.
O secretário destaca a importância da Central de Associações dos Produtores Rurais do Projeto Jaíba (Centraljai), que vai garantir a oferta de frutas padronizadas, armazenagem de acordo com as exigências e outros aspectos que aumentam a valorização dos produtos. Ele enfatiza que esse conjunto de fatores, mais a adoção de práticas de marketing, deverão resultar no aumento da receita dos agricultores e da confiança de todos em buscar uma produção maior e de qualidade superior.
DADOS DO PROJETO JAÍBA
– Localizado no Norte de Minas, é o maior projeto de irrigação da América do Sul e o segundo do mundo em área contínua irrigada. É um dos mais importantes empreendimentos agrícolas do Brasil e uma nova fronteira do agronegócio. Abrange uma área de, aproximadamente, 96.000 ha e a infra-estrutura de irrigação possui, atualmente, um alcance de 58% da área total.
É fruto de uma parceria entre o governo federal e o governo estadual, representados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e pela Ruralminas, respectivamente, e tem também a participação da iniciativa privada.
– Os seus objetivos são: assegurar o assentamento de pequenos produtores e agricultores empresariais, reestruturar e revitalizar seus processos produtivos; promover o desenvolvimento sustentável da agricultura no Norte do estado, visando consolidar o pólo agroindustrial, aumentando a participação da região no mercado interno e externo de frutas.
– Em 2012, foram produzidas no Jaíba 1,35 milhão de toneladas – os principais produtos são frutas, como manga, limão, banana, uva, abacaxi, maracujá e manga, entre outras, feijão e cana de açúcar.
– As culturas do limão, da manga e da banana ocupam mais de 40% da área irrigada. Uma parte da produção é exportada, especialmente para países da Europa.
– O projeto é também líder nacional na produção de sementes de hortaliças.
– O projeto gera 18.500 empregos (com carteira assinada) e 27 mil pessoas vivem no Jaíba, em 12 núcleos habitacionais.
– As etapas I e II do Jaíba, já implantadas e em produção, representam 70% da área total do projeto, que prevê ainda a implantação das Etapas III e IV.
Em janeiro de 2014, a Ruralminas, que gerencia o projeto em nome do Governo de Minas, juntamente com a Codevasf, que representa o governo federal, iniciou um trabalho para recuperar 200 km de estradas internas do Jaíba.
– As obras vão beneficiar 1,8 mil famílias de agricultores familiares e 230 de pequenos e médios produtores.
Jaíba I
– O Jaíba I é ocupado, na sua grande maioria, por pequenos produtores.
Existem nesta área 1.828 pequenos produtores, que têm áreas de até 5 hectares.
– A área ocupada por esses produtores (glebas A, B, D e F) tem área total irrigável de 9,3 mil hectares, sendo que a área irrigada atualmente é de 4,8 mil hectares.
– Uma parte do Jaíba I (gleba C) é destinada a médios produtores, que ocupam área de 20 a 50 hectares.
– Nesta gleba existem 90 médios produtores, ocupando uma área irrigável de 8 mil hectares.
– No Jaíba I as principais culturas são limão, manga, banana, feijão, atemóia, abacate, abacaxi e abóbora.
– A Codevasf é a gestora da Etapa I do Jaíba.
– Um dos mais notáveis investimentos na área dos pequenos produtores foi o Programa de Eficiência Energética da Cemig. Com investimentos da ordem de 15 milhões, o programa propiciou aos produtores economia de 72% de energia e 55% do consumo de água.
Jaíba II
– A área do Jaíba II é ocupada por empresários.
– Nela existem 19,2 mil hectares de área irrigável – sendo 14 mil hectares de área irrigada atualmente.
– Na área estão 55 empresários produzindo, além de frutas, como limão, banana e manga, cana de açúcar, abóbora e sementes.
– O governo de Minas gerencia a Etapa II do Jaíba.
Por equipe SNA/SP