Copa já impacta nos preços do segmento agropecuário

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Suíno foi a principal cultura beneficiada, de acordo com o Cepea

 

Conforme esperado por especialistas, a ocorrência da Copa do Mundo já colabora para a movimentação dos preços no mercado agropecuário. Após duas semanas de evento, o valor do suíno vivo registrou alta de 4,11%, após começar junho desaquecido. O etanol também teve reação. Em contrapartida, esperava-se uma repercussão nos valores das frutas e hortaliças, o que não ocorreu devido à redução de expediente no comércio em dias de jogos. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq.

“O suíno foi a principal cultura beneficiada, em nossa avaliação. Além disso, temos que destacar que as exportações brasileiras desta carne também vêm mostrando melhor desempenho em junho, contribuindo para enxugar o volume disponível no mercado doméstico”, explica o analista de mercado para aves e suínos do Cepea, Augusto Maia.

Diante desse cenário, produtores aproveitam o momento favorável para barganhar preços maiores pelos suínos vivos em comparação aos de semanas atrás. Pagando mais pelos animais, agentes de indústrias têm repassado os aumentos para a carne e o mercado, por sua vez, vem absorvendo os reajustes.

“No mercado de aves vivas, a maior procura da indústria por reposição de mercadorias tem feito com que os preços também se firmem”, diz Maia.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, lembra que a aquisição de insumos como milho e soja é abundante em diversas regiões do País, fator que reduz os custos de produção tanto para o setor de suínos como de aves.

Só no período da Copa, o frango resfriado registrou aumento de 1,57% nos preços para São Paulo. “Indiscutivelmente, 500 mil pessoas adicionadas à nossa população faz uma grande diferença”, destaca Turra.

Em relação ao etanol, os Indicadores Cepea/Esalq do anidro e hidratado continuam registrando ligeiras altas consecutivas. Entre 16 e 20 de junho, o índice do hidratado teve média de R$ 1,2216 por litro, leve aumento de 0,5% em relação ao período anterior (de 9 a 13 de junho). Esta foi a terceira semana seguida de alta.

Para o anidro, o indicador subiu pela segunda semana – a avanço de 0,6%, com a média passando para R$ 1,3331 por litro de 16 a 20 de junho.
O suporte tem vindo ora da demanda um pouco mais aquecida em dias de jogos, quando o expediente se encerra mais cedo e há um volume maior no uso de combustível, ora da oferta limitada por parte das usinas.

Se por um lado o expediente reduzido favoreceu o setor sucroalcooleiro, por outro, impactou negativamente o comércio de hortaliças e frutas.

“Aqui nós já não trabalhávamos com uma expectativa de alta devido ao início das férias escolares e o deslocamento das pessoas para outros estados. Porém, sem dúvida o expediente mais curto no comércio prejudicou o volume de vendas nesses setores, que já tem uma maior oferta com a colaboração de um clima mais ameno”, afirma o economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas.

Para os pesquisadores do Cepea, havia a expectativa de que a demanda por frutas (como melão, mamão e banana) pelos hotéis e restaurantes, que têm recebido um maior número de turistas estrangeiros e também brasileiros desde o início da Copa, pudesse aumentar. Mas, até o momento, o evento esportivo ainda não trouxe benefícios ao setor.

 

Fonte: DCI

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