EUA: Pesquisadores descobrem novo antibiótico que pode melhorar a segurança alimentar

Pesquisadores da Universidade de Illinois disseram que descobriram um novo antibiótico, a geobacillin que, como um análogo do peptídeo do leite nisina, tem potencial para ser usado tanto como conservante alimentício como para o tratamento de mastite bovina.

De ocorrência natural no leite, o antibiótico nisina é um produto de bactérias residentes no úbere das vacas, que evita que o leite estrague e mata uma ampla gama de bactérias que causam doenças transmitidas por alimentos, como Listeria monocytogenes e Clostridium difficile.

O pesquisador que liderou a pesquisa, Wilfred van der Donk, cuja equipe publicou suas descobertas no Proceedings of the National Academy of the Sciences, disse que muitas pessoas não sabem que a nisina, aprovada como um aditivo alimentício desde 1969, era adicionada a alimentos, ou que ocorria naturalmente no leite.

“No verão passado, tivemos um surto de listeria e esse é um bom exemplo de pessoas morrendo por patógenos presentes nos alimentos. Você não ouve sobre esses surtos com frequência e isso é em parte por causa dos componentes que são adicionados aos alimentos para matar os patógenos”.

Van der Donk citou o potencial da nisina para tratar mastite bovina, uma vez que o leite produzido durante e logo após o tratamento com antibióticos precisa ser descartado. Como a nisina ocorre naturalmente em baixos níveis no leite, os produtores que a usarem para tratar mastite poderão não precisar descartar o leite ou a carne de animais recentemente tratados, disse ele.

Porém, enquanto a nisina se torna instável a temperaturas mais altas, ou em pH neutros requeridos para alimentos ou medicamentos, Van der Donk disse que o novo análogo da nisina não. O grupo do professor disse que encontrou genes, enquanto estudava outra bactéria, e projetou uma molécula com estrutura e função similares às da nisina que era mais estável do que o antibiótico de ocorrência natural.

Tanto a nisina como a geobacillin trabalharam se ligando a moléculas do patógeno necessárias para produzir sua parede celular, rompendo a membrana celular da bactéria e matando-a. No entanto, enquanto a nisina tinha cinco regiões formadas pelas ligações cruzadas na cadeia de proteínas, a geobacillin tinha sete, graças a duas ligações cruzadas adicionais, que confere uma estabilidade maior, disseram os pesquisadores.

“A geobacillin é mais estável, tanto com relação ao pH, como com relação à temperatura, e achamos que essa é uma boa notícia para potencial uso da geobacillin em alimentos”.

A equipe testou a geobacillin contra várias doenças transmitidas por alimentos e bactérias causadoras de doenças e disse que foi similar ou mais efetiva que a nisina, e que também era três vezes mais ativa contra as principais bactérias contagiosas responsáveis pela mastite bovina.

O próximo passo para a equipe de Illinois envolve testar a geobacillin contra um espectro mais amplo de bactérias causadoras de doenças, bem como testar com relação à segurança e economia de produção, com o objetivo de desenvolver aplicações médicas.

Fonte: A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

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