O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se manifestou pela primeira vez nesta quarta-feira (30), em Brasília, sobre os conflitos entre índios e agricultores por demarcação de terras na Região Norte do Rio Grande do Sul. Criticado por órgãos como o Ministério Público Federal (MPF), Cardozo negou omissão e disse que vai insistir na solução pacífica para os problemas no estado.
“A postura do Ministério da Justiça não é de omissão. É de ação, na perspectiva de conciliação, da paz, da solução pacífica para o conflito. O ideal é que façamos a mesa de diálogo, vou insistir que se façam as mesas de diálogo, porque as pessoas têm uma falsa ilusão de que assinando ou não uma portaria você resolve o problema. Isso é falso”, afirmou o ministro durante uma coletiva de imprensa no Distrito Federal.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os riscos de confrontos entre agricultores e indígenas “eram previstos e evitáveis se o governo federal não houvesse optado pela omissão proposital”. Em nota divulgada à imprensa, o MPF destacou que há mais de um ano uma portaria declaratória sobre o impasse na região está na mesa do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para ser assinado. O G1 procurou a assessoria do Ministério da Justiça, que não se manifestou sobre o caso.
Os agricultores foram mortos próximo à estrada que liga Erval Grande a Faxinalzinho, Norte do estado. Segundo a Brigada Militar, eles tentaram furar um bloqueio imposto por indígenas em estradas da região para reivindicar a demarcação de terras. Os irmãos queriam abrir passagem para caminhões carregados com ração. Houve discussão e os produtores fugiram para um milharal, onde foram mortos a golpes de facões, pauladas e tiros de espingarda.
Fonte: G1