Agroindústria perdeu gás, mas cresceu 2% em 2024

No segmento de produtos não alimentícios, o principal destaque foi a indústria têxtil, que fechou o ano de 2024 com expansão de 4,10% – Foto: Canva

A agroindústria brasileira registrou uma desaceleração no fim de 2024, mas, ainda assim, cresceu 2% no ano. Em novembro e dezembro, a produção foi menor do que a dos dois últimos meses de 2023, indicando um cenário preocupante para este ano, segundo o Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro).

O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo FGV Agro, caiu 3,10% em novembro e 0,50% em dezembro. Como o desempenho ao longo do ano, sobretudo no 1º semestre, foi mais forte, o indicador registrou um aumento de 2% em 2024, o melhor resultado anual desde 2010.

Indústrias não alimentícias

A indústria de produtos não alimentícios, que vinha de dois anos de retração consecutivos, foi a que mais cresceu. A aumento da produção foi de 2,60%. No segmento, o principal destaque foi a indústria têxtil, que fechou o ano de 2024 com expansão de 4,10%.

Outra indústria do segmento não alimentício que registrou um desempenho expressivo foi a de produto florestal, que encerrou o ano passado com expansão de 3,90%. O aquecimento das exportações de papel e celulose deu impulso à produção em 2024.

A indústria de biocombustíveis cresceu 1,60%, impulsionada pelo aumento da produção de etanol de milho. Já as indústrias de insumos agropecuários e fumo encerraram o ano com queda na produção, o que se deveu, em parte, às chuvas no Rio Grande do Sul.

Indústrias de alimentos e bebidas

A produção do segmento de produtos alimentícios e bebidas cresceu 1,50% em 2024, um reflexo, basicamente, do cenário favorável no mercado interno no primeiro semestre do ano. As indústrias alimentícias cresceram 1,50%, e as de bebidas 1,20%.

No ramo de alimentos e bebidas, a única indústria que registrou queda de produção no ano passado foi a de itens de origem vegetal. O segmento caiu 1,70%, afetado pela retração das indústrias de conservas e sucos, arroz, refino de açúcar e de moagem de café. Já as indústrias de produtos de origem animal cresceram 3,70%, graças a carnes e pescados.

O 2º semestre foi especialmente mais lento para as indústrias alimentícias. Nesse período, a produção das fabricantes de produtos de origem vegetal entrou em queda, e as de produtos de origem animal perderam fôlego.

Perspectiva

Na avaliação do FGV Agro, diversos sinais macroeconômicos negativos indicam um quadro preocupante para as agroindústrias neste ano. Entre os fatores que podem afetar a produção estão a alta dos juros, a inflação, que reduz o poder de compra, a aversão ao risco e as incertezas com a economia global, que vive hoje sob a ameaça de guerras comerciais.

Fonte: FGV Agro
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