O agricultor familiar Eufrásio de Souza Lima é o ganhador do Concurso Nacional Abic de Qualidade de Café – Safra 2013. Em sua propriedade de 5 hectares, o Sítio Boa Vista, em Barra do Choça (BA), situado no sul da Bahia, a 305 quilômetros da capital, Salvador, produziu o microlote de sacas de café mais bem avaliado no concurso, R$ 5.480,00, adquirido pelo Café do Chef, que, devido a esta compra, venceu a Categoria Especial do concurso. Cada saca foi comprada por R$ 2.740,00, considerado maior valor pago por uma saca nesta categoria e que supera todos os lances nos demais concursos estaduais, realizados na Bahia, Espíto Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
O leilão do 10º Concurso Nacional Abic de Qualidade do foi aberto a indústrias, cafeterias, restaurantes, hotéis e demais pessoas jurídicas. Além do Café do Chef, que conquistou, também, a categoria Diamante, pelo maior investimento feito, R$ 10.229,00 na aquisição de oito sacas de lotes variados. a Coopinhal (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal, de Espírito Santo do Pinhal (SP), foi a campeã na categoria Ouro pelo maior valor pago por uma saca de café Natural ou Cereja Descascado, R$ 1.054,54. A Coopinhal, que participou com sua marca Café Gran Reserva, arrematou o lote de 8 sacas da produtora Laura Luiza Del Guerra, também de Pinhal, pelo valor total de R$ 8.436,32.
Esses cafés serão comercializados em lojas gourmets de diversos pontos do país, em embalagens de 250 gramas, identificadas com selo numerado. Esta Edição Especial é integrada por 10 marcas: Café Gran Reserva, Café do Chef, Café Caiçara, Café Baronesa, Café Supremo Arábica, Café Florão, Café Itamaraty, Il Barista Cafés Especiais, Armazém do Café e Dueto Café.
QUALIDADE
Eufrásio Lima já participou de vários concursos, inclusive municipais e estaduais, tendo vencido alguns, mas é a primeira vez que obtém o primeiro lugar em um certame de nível nacional. Para aumentar a oferta de café de qualidade em sua região, pretende montar sua própria torrefação. Café do Chef , a marca elaborada com o café produzido pelo pequeno produtor baiano tem como característica sensoriais notas adocicadas a mel e frutas em compota no aroma. Bebida com doçura marcante e complexidade de sabor (mel, xarope de maple e uvas maduras) e encorpada, com acidez cítrica média/alta, muito bom equilíbrio e finalização persistente e agradável.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o cultivo de café na Bahia é realizado, predominantemente, por agricultores familiares e, segundo o último Censo Agropecuário, representam 84,5% dos produtores de café no estado, cuja cafeicultura corresponde a, no mínimo, 30% da renda das famílias. O estado é o quarto maior produtor nacional de café. Em 2013, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contabilizou mais de 1,8 milhão de sacas produzidas. A região da Chapada Diamantina, em especial, concentra produtores premiados nacionalmente e com reconhecimento internacional.
O CLIMA E A SAFRA
Segundo estimativa do Conselho Nacional do Café (CNC), devido os efeitos da seca e calor excessivo registrados no último verão, principalmente no cinturão produtor de Minas Gerais e a região da Alta Mogiana (SP), a quebra na safra brasileira de café será de 14%, aproximadamente seis a sete milhões de sacas. Em coletiva à imprensa, realizada após a solenidade de premiação, Abic falou sobre a situação, citando o presidente do CNC, Silas Brasileiro, ao esclarecer que o residual produzido, 40 a 43 milhões de sacas, acrescidos aos estoques existentes hoje nas cooperativas e mesmo junto ao governo, permitem considerar que não haverá desabastecimento e que esta quantidade também é suficiente para dar sustentação aos preços do produto. Isso significa, de acordo com a ABIC, que uma boa parte das lideranças da cafeicultura e, inclusive os instrumentos de venda futura, projetem preços em torno de R$ 450,00 por saca.
A quebra de safra levará ao repasse de custos para o consumidor. A estimativa do diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, é de que haverá um aumento de 35% no preço médio da bebida este ano, mas garantiu que esse repasse, por parte das indústrias, será feito de forma gradativa. A Abic considerou, ainda que, não haverá redução na qualidade do grão e prevê um crescimento no consumo interno de 3% a 4%. Atualmente, no Brasil, são consumidos 23 milhões de sacas/ano, sendo 38% fora do lar, cafeterias, padarias, lojas de conveniência, cafezinho no escritório, etc. e 62% dentro do lar, principalmente no café da manhã.
Por Equipe SNA/SP