A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta terça-feira (24), o 9º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) 2024, que apontou uma baixa de preços em todas as hortaliças analisadas em agosto, a exemplo da alface, da batata, cebola, cenoura e do tomate.
Os dados foram coletados nas Ceasas localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, São José/SC, Goiânia/GO, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira.
Alface
A alface caiu em quase todas as Ceasas analisadas. “Por ter um circuito curto de produção e alta perecibilidade, ela é produzida localmente e encaminhada para os centros de abastecimento”, segundo Wellington Teixeira, superintendente de Gestão da Oferta da Conab. A oferta apresentou estabilidade.
Batata
A batata também teve queda de preços, repetindo o quadro do mês anterior. “O motivo foi a intensificação da safra de inverno em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, em que produtores enviaram maiores quantidades às Ceasas. Em agosto, a média ponderada deste produto caiu 23,67%”, explicou o representante da Conab.
Cebola
A queda de preços da cebola ocorreu em todas as Ceasas com diluição de 31,64% na média ponderada. A explicação, de acordo com Wellington Teixeira, está ligada à oferta crescente originária de diversas áreas produtoras, ou seja, produção aumentada e pulverizada a partir de remessas originárias da Bahia, Pernambuco, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.
Cenoura
A cenoura, que começou com sua tendência declinante em maio e junho, atingiu seus menores níveis no ano. “Dois fatores contribuíram, diretamente, para essa derrubada de preço: a oferta abundante e a distribuição dessa oferta feita sem obstáculos nacionalmente, sem nenhuma pressão de demanda sobre a oferta de Minas Gerais, a principal abastecedora do mercado”, disse a Conab.
Tomate
“Boa oferta, menor do que em meses anteriores, explica nova queda de preços do tomate”. Em todas as áreas produtoras no país, a performance foi de uma oferta pulverizada e elevada com origem em vários estados. Só em agosto, adentraram nas Ceasas analisadas tomate provenientes de 360 municípios.
Cotações das frutas
Contrariando as cotações do mês de julho e o cenário observado nas hortaliças, as frutas tiveram alta no mês de agosto nas Centrais de Abastecimento analisadas, com destaque para o mamão, banana, laranja e maçã. A melancia foi a única fruta, dentre as observadas, que apresentou queda na média ponderada.
Banana
A banana-prata, em entressafras em diversas regiões, teve alta das cotações em várias Ceasas em decorrência de problemas climáticos nas principais regiões produtoras, estiagem no norte mineiro e no sul baiano. Já o estresse térmico na região sul comprometeu a produção da banana-nanica. A oferta deve melhorar no final do ano.
Laranja
Já os preços da laranja, continuaram elevados e a oferta caiu; cenário explicado por conta da elevada demanda pela moagem da indústria, um contexto de safra restrita e baixos estoques de suco, que acabaram por pressionar os envios de frutas para as Ceasa. Assim, as cotações para o atacado e varejo subiram com boa demanda por causa do calor.
Maçã
O mercado da maçã teve comportamento estável, com queda de comercialização e pequenos aumentos, além de queda de preços no cenário marcado pela quebra de safra da maçã na região sul e um controle da oferta feita pelas companhias classificadoras. As importações tiveram bastante aquecidas, pressionando preços internos no sentido de queda.
Mamão
O mamão teve alta de preços em decorrência da queda da oferta para ambas as variedades (formosa e papaia), com maior intensidade para o papaia. “O tempo mais frio retardou o desenvolvimento das frutas”, acrescentou o sup. de Gestão da Oferta da Conab.
Melancia
A melancia teve alta nas cotações das Ceasas do Sudeste e aumento da oferta em boa parte das centrais de abastecimento, apesar de a média ponderada ter caído levemente. Maior parte da oferta teve origem em Uruana (GO), que é um tradicional município produtor. “As cotações começaram bem a temporada 2024-2025 e devem seguir positivas em decorrência da boa demanda externa”, finalizou Wellington Teixeira.