Mesmo com incêndios Brasil afora, pasta teve corte de R$ 700 mi no orçamento
A Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal ouviu, nesta quarta-feira (04), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Senadores integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) cobraram informações sobre as medidas adotadas pelo Governo Federal para enfrentar os incêndios que ocorrem principalmente no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia, bem como sobre o corte milionário no orçamento da pasta. Além disso, exigiram esclarecimentos sobre acusações feitas pelo Governo Federal que responsabilizavam o setor agropecuário pelos incêndios.
O senador Jaime Bagatolli (PL-RO) defendeu o setor agropecuário e o produtor rural, destacando que o trabalhador cuida de sua propriedade e jamais causaria prejuízo ao próprio trabalho. “O nosso produtor rural cuida de sua propriedade. Ninguém quer queimar uma palhada de milho, um pasto, porque isso é prejuízo para o próprio produtor”, afirmou Bagatolli.
Na mesma linha, a senadora Rosana Martinelli (PL-MT) reforçou que não se pode aceitar as acusações e críticas feitas pelo Governo Federal ao agronegócio brasileiro. Segundo ela, nenhum produtor rural destruiria o que constrói diariamente.
“Quero destacar que o pequeno, o médio e o grande produtor são todos considerados produtores rurais. E jamais um produtor rural colocaria fogo em sua propriedade, em sua casa. Não podemos culpar os produtores rurais. Não podemos concordar com essas falas”, declarou Martinelli.
A senadora também questionou as reais prioridades do atual governo e da pasta comandada por Marina Silva. Para a parlamentar, o Executivo não parece estar priorizando a prevenção dos incêndios no país. “Em um momento tão alarmante, em um ano em que já prevíamos essas situações, o governo cortou mais de 700 milhões do orçamento do MMA. Realmente é prioridade do governo incentivar a prevenção e o combate aos incêndios?”, indagou Rosana.
Martinelli ressaltou que o Meio Ambiente é sempre um tema importante para o setor agropecuário e se alinha com as atitudes que o agronegócio vem tomando historicamente. “Estamos preocupados com a falta de investimentos e não vamos concordar com cortes abruptos. Precisamos de medidas urgentes e mais recursos para tratar esse tema com a devida importância. No agro, produzimos com foco na qualidade e na sustentabilidade, mas precisamos que o governo não trate o tema com descaso total”, concluiu.
Apesar de ter comparecido à audiência pública, os senadores da bancada não ficaram satisfeitos com as respostas apresentadas por Marina Silva. Em diversos momentos, a ministra do Meio Ambiente esquivou-se dos temas centrais abordados nas indagações.