Na última terça-feira, 20 de fevereiro, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, visitou a sede da SNA, acompanhada por assessores e os chefes da Embrapa Solos e Embrapa Agroindústria de Alimentos. Ela foi recebida pelo presidente Antonio Alvarenga e vários diretores da entidade, além de empresários do setor agrícola.
Alvarenga deu as boas-vindas à delegação, destacando a importância dos laços de colaboração e diálogo entre as instituições de fomento e defesa do agronegócio brasileiro. Ele lembrou que, no ano passado, quando a Embrapa completou meio século de fundação, a SNA repercutiu a efeméride em reportagens especiais e entrevistas com dirigentes e pesquisadores da empresa, incluindo a própria Silvia Massruhá, primeira mulher no cargo da instituição. A cobertura do cinquentenário buscou enfatizar o quanto o trabalho de seus integrantes contribuiu para alçar o Brasil ao panteão dos principais produtores e exportadores de gêneros alimentícios do mundo.
Saudando, também, os demais presentes, salientou que a SNA vem ampliando os esforços em difundir seu acervo bibliográfico por canais acessíveis a todos os interessados, produtores ou não, com o uso das plataformas digitais e inteligência artificial, sem prejuízo da linguagem simples e coloquial que facilite ao homem do campo assimilar o conteúdo das publicações elaboradas pela SNA ao longo de sua centenária atuação, agora com a revisão do comitê editorial da entidade, em parceria com a FAPERJ –Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Alvarenga também apresentou os novos cursos autorizados da Faculdade SNA Digital, de graduação e pós-graduação, além das disciplinas livres e de extensão também disponíveis.
Em seguida, Leonardo Alvarenga fez uma apresentação do Snash, hub de startups da SNA, que vem ampliando seu escopo de atuação pelo país, tendo chegado a 131 associados e participando de eventos importantes de divulgação, contando com a parceria de instituições globais. Leonardo destacou a crescente interação entre as startups com outros polos da cadeia produtiva, de pesquisa e de investimento, dos setores público e privado. Os associados contam com rede de apoio, assistência técnica, mentorias e consultorias de especialistas, além do networking e até mesmo a estrutura física do Espaço Snash, entre outras opções.
A presidente Silvia Massruhá assumiu então a palavra a agradeceu pela calorosa acolhida, lembrando que já tinha visitado a SNA em outras ocasiões, acompanhando dirigentes da Embrapa. Ela ressaltou sua trajetória na área da tecnologia e ciências exatas na entidade, num movimento de aprofundar a compreensão multifuncional e interdisciplinar da agricultura que antecipou as inovações necessárias no campo, para que as lavouras fossem sustentáveis num prisma econômico e ambiental. Para ela, os esforços conjuntos da Embrapa com os órgãos estaduais, universidades e demais integrantes do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária marcaram o êxito do modelo que alavancou o crescimento brasileiro na área.
A presidente ponderou também que esse arranjo passa por uma transformação tão natural quanto inevitável, uma vez que os parceiros e competidores do Brasil cobram cada vez mais provas da sustentabilidade da produção nacional, com a perspectiva de protagonismo da agricultura tropical do futuro. É nesse sentido que, segundo ela, a Embrapa tem ampliado o diálogo com demais entes governamentais e membros da sociedade civil para compor um sistema de dados abrangente, minucioso e confiável, identificando os produtores que adotam práticas sustentáveis e participando dos debates, decisões e formulação de políticas que afetam sobremaneira o agricultor, a exemplo do Plano Safra.
Ela destacou métodos já bastante adotados, como fixação biológica de nitrogênio nas raízes e plantio direto, entre outros avanços científicos e tecnológicos que levaram o país a multiplicar por cinco a produção nas mesmas áreas cultivadas em 50 anos. Esse levantamento conduzido pela Embrapa atesta, de acordo com ela, a confiabilidade da tropicalização dos índices da agricultura brasileira, sendo a única a atingi de duas a três safras por ano, além da integração lavoura – pecuária – floresta, com maior aproveitamento de matéria orgânica, análise de solos, balanço de carbono e outros indicadores. Os desafios como renovação das matrizes energéticas, com incentivo a biocombustíveis, bioinsumos e otimização de recursos hídricos diante das mudanças climáticas e os eventos meteorológicos extremos representam chances da Embrapa mostrar que está a altura dessas demandas, além de honrar o seu legado de desbravamento, inovação e parcerias público – privadas.
Também presente ao evento, Francisco Saboya, que comanda a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), foi convidado pelo presidente Alvarenga a falar. Ele apresentou o modelo da instituição, focado no fomento e inovação da indústria nacional, captando recursos e integrando centros de pesquisa às indústrias, compartilhando os riscos financeiros num esquema tripartite para incentivar a adoção de soluções inovadoras. Considerada uma organização social pelo poder público, a Embrapii mantém contratos de gestão com os ministérios de Ciência e Tecnologia; com o da Saúde e da Economia.
No final do evento, foi oferecido um coquetel aos convidados, oportunidade em que a presidente Silvia falou com o Portal SNA. Confira abaixo:
Por Marcelo Sá e Larissa Machado, com a colaboração de Eduardo Torres.