Mercado repleto de incertezas: Arábica acumula baixa de quase 30% no ano, enquanto conilon avança 19%

Data:02/01/2024 CNC: há 42 anos trabalhando por um café de qualidade, competitivo, sustentável e integrado.

 

O último pregão do ano foi de baixas expressivas para o mercado futuro do café arábica. Na Bolsa de Nova York, o arábica recuou 4,90% e no terminal de Londres, o tipo conilon teve recuo de 3,24% na sexta-feira (29).

 Em março/24 teve queda de 970 pontos, negociado por 188,30 cents/lbp, maio/24 teve desvalorização de 955 pontos, valendo 186,20 cents/lbp, julho/24 teve baixa de 960 pontos, valendo 186,30 cents/lbp e setembro/24 registrou queda de 950 pontos, valendo 187 cents/lbp.

 Em Londres, março/24 teve queda de US$ 95 por tonelada, negociado por US$ 2841, maio/24 registrou queda de US$ 92 por tonelada, cotado por US$ 2757, julho/24 teve desvalorização de US$ 77 por tonelada, negociado por US$ 2964 e setembro/24 registrou queda de US$ 71, cotado por US$ 2653.

 Mantendo a realidade que o produtor vivenciou durante todo o ano, o pregão foi marcado por muita instabilidade. Não há dúvidas nos fundamentos, mas fato é que o mercado ainda tem inúmeras perguntas sem repostas para 2024.

 Apesar da expectativa de uma safra mais positiva do Brasil no ano que vem, com as altas temperaturas dos últimos meses associado à irregularidade das chuvas, o mercado vive momento de incertezas.

 As mudanças climáticas trazem muita preocupação inclusive em outras origens produtoras, como por exemplo na Ásia, maior região produtora de café robusta do mundo que deve entregar pelo menos seis milhões de sacas a menos no próximo ciclo.

 Com as baixas de hoje, o mercado do arábica acumula queda de 26,57% quando o preço é comparado com a negociação de 03 de janeiro de 2023. No sentido oposto e confirmando a preocupação com a oferta, o conilon acumulou 19% de valorização no período.

 No Brasil, sem movimentação dólar, o dia foi marcado por estabilidade nas principais praças de comercialização do país.

 O tipo 6 bebida dura bica corrida manteve a estabilidade por R$ 1.039,00 em Guaxupé/MG, Patrocínio/MG manteve por R$ 1.045,00, Araguari/MG manteve por R$ 1.060,00, Machado/MG por R$ 1.035,00, Campos Gerais/MG por R$ 1.066,00 e Franca/SP por R$ 1.050,00.

 O tipo cereja descascado manteve por R$ 1.092,00 em Guaxupé/MG, Patrocínio/MG manteve por R$ 1.060,00, Varginha/MG manteve por R$ 1.085,00 e Campos Gerais/MG manteve por R$ 1.126,00. https://encurtador.com.br/doAY8

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Tendências no mundo: produção de café cai na Indonésia, e chuva atrasa colheita em Honduras

 Diversas fontes indicaram, no mês de dezembro, tendências interessantes na produção de café em 2024, com foco em alguns países-chave. O Relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre a Indonésia está entre as principais.

 O USDA estima que a produção de café na Indonésia cairá para 9,7 milhões de sacas em 2023/24, uma diminuição de 18% em relação ao ano anterior. Essa queda é atribuída a interrupções climáticas durante o desenvolvimento dos frutos, especialmente na produção de robusta. Embora o consumo interno tenha diminuído em 2022, espera-se que ele continue em 2023, influenciado pelo aumento dos preços dos combustíveis e das commodities. Esse custo mais alto pode levar os consumidores indonésios a optar por produtos de café mais acessíveis, como o café engarrafado pronto para beber (RTD).

 Quanto às exportações, o USDA revisou para baixo as previsões para a Indonésia em 2023/24, fixando-as em 5 milhões de sacas – entre abril e setembro de 2023, foram cerca de 2,5 milhões de sacas. Essa redução se deve à demanda fraca e à continuidade da alta dos preços do robusta. Mesmo o aumento das exportações para Egito e Emirados Árabes Unidos não foi suficiente para compensar a queda. Como resultado, os importadores adquiriram quase 400 mil sacas de café verde (no mesmo período) principalmente do Vietnã e do Brasil.

 Já a produção de café da Etiópia teve queda de 12% no ano comercial (encerrado em setembro), pois a seca no país reduziu a produtividade. A produção prevista é de 7,3 milhões de sacas, informou o USDA em seu relatório Coffee: World Markets and Trade. Por conta dessa produção reduzida, as exportações também caem em 19%, para 3,9 milhões de sacas. Maior produtor de café da África e quinto maior exportador de arábica do mundo, a Etiópia consome quase metade de sua produção, o que é considerado um alto consumo para um grande país produtor, segundo a USDA.

 Diferentemente da Indonésia e da Etiópia, as exportações anuais de café de Honduras em novembro aumentaram, de acordo com dados preliminares do Instituto Hondurenho do Café (IHCAFE). O maior exportador da América Central alcançou 84.650 sacas exportadas, um aumento de 62,7% em comparação com 52.023 sacas, no mesmo mês, da safra de 2022-2023. Porém, elas se devem a compromissos anteriores de embarque, e não a um aumento na demanda. A colheita atual atrasou por conta das chuvas, e começou no final de dezembro. Ainda assim, Honduras planeja exportar cerca de 4.983.333 de sacas na safra de 2023-2024 (a temporada de café na América Central, que produz principalmente arábica de alta qualidade, vai de outubro a setembro). https://encurtador.com.br/ejzPV

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Fundos movimentam mercado e arábica recua mais de 4% em Nova York

 Depois de abrir o dia apenas com ajustes técnicos, o mercado futuro do café arábica passou a operar com intensa desvalorização no pregão desta sexta-feira (29) na Bolsa de Nova York (ICE Future US). No início da tarde, o mercado registrava queda de 4,17% para o arábica e recuo de 1,91% para o conilon.

 Por volta das 12h07 (horário de Brasília), março/24 tinha queda de 835 pontos, negociado por 189,70 cents/lbp, maio/24 tinha queda de 830 pontos, cotado por 187,45 cents/lbp, setembro/24 tinha baixa de 820 pontos, valendo 188,30 cents/lbp e setembro/24 tinha queda de 820 pontos, cotado por 188,30 cents/lbp.

 Na Bolsa de Londres, março/24 tinha queda de US$ 54 por tonelada, valendo US$ 2882, maio/24 tinha queda de US$ 62 por tonelada, cotado por US$ 2786, julho/24 tinha desvalorização de US$ 56 por tonelada, valendo US$ 2715 e setembro/24 tinha queda de US$ 56 por tonelada, negociado por US$ 2671.

 De acordo com Eduardo Carvalhaes, não há mudanças nos fundamentos. O mercado continua com os estoques e condições climáticas no radar, mas o último pregão do ano – que tende a ser mais tranquilo em termos de negócios, pode ter atraído movimentação de fundos fazendo operações para balanço de fim de ano.

 “Os problemas climáticos continuarão em 2024 em todos os países produtores, não existem estoques remanescentes tanto nos países produtores como nos consumidores, e o consumo cresce, mostra resiliência”, disse. https://encurtador.com.br/epvK6

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Preços do café arábica caem em 2023, aponta levantamento do Cepea

As lavouras do café arábica registraram uma importante recuperação produtiva, o que levou a safra de 2023/2024 a ser estimada em 55,1 milhões de sacas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), um volume 8,2% maior que o da temporada 2022/2023.

 Os preços dos grãos tiveram queda e operaram em patamares considerados baixos pelos produtores, o tipo arábica enfrenta problemas desde 2021/2022, por conta das geadas e estresses hídricos. Já em 2023/2024, o clima possibilitou uma melhora na produção. Quanto ao robusta, agentes consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicaram que a queda na produção tem relação aos problemas climáticos no início do ciclo, com ventos fortes e falta de chuvas. https://encurtador.com.br/mptAQ

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Café: Sem problemas logísticos, Brasil poderia ter exportado até 2 milhões de sacas a mais em 2023

Infraestrutura global e principalmente a interna não atende demanda aquecida e que deve continuar crescendo por parte do agronegócio. Confira entrevista com presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Cândido, em https://encurtador.com.br/awILW

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Primeiro trimestre de 2024 pode ter calor e chuva acima da média histórica em Minas Gerais

A população poderá enfrentar calor e chuva acima da média histórica em Minas Gerais no primeiro trimestre de 2024. É o que aponta o relatório de tendência climática elaborado pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O documento, elaborado no dia 26 de dezembro, aponta até 2°C de temperatura acima da média em parte do estado.

 A previsão feita pelo Simge é de que a maior parte do estado fique com 1°C acima da média histórica, podendo chegar a 2°C no extremo norte mineiro, como no Norte de Minas e no Jequitinhonha. O motivo é a continuidade do fenômeno atmosférico-oceânico, conhecido como El Niño, que é caracterizado por anomalias positivas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), ou seja, águas mais quentes que as normais se estabelecem no Oceano Pacífico Tropical Centro-Oriental, próximo à costa oeste da América do Sul.

 “Vale ressaltar que o El Niño 2023/2024 já está entre os cinco mais intensos já registrados (desde 1950) e a tendência é que persista influenciando no clima por toda a estação do verão, ou seja, até o final de março de 2024”, explica o meteorologista do Simge, Heriberto dos Anjos.

 Em relação às chuvas no primeiro trimestre de 2024, a tendência é que a porção norte do estado (Noroeste, Norte de Minas e Jequitinhonha) apresentem anomalias positivas de precipitação, com cerca de 50 a 100 mm acima da média. Nas demais regiões de Minas, a previsão é de chuvas dentro da normalidade. https://encurtador.com.br/cmtuX

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Governo investe em pesquisas para o controle de defensivos no plantio do café 

O Espírito Santo está investindo em pesquisa para a manutenção da quantidade de agrotóxicos na produção de café e o Estado pretende expandir suas exportações, estabelecendo novas parcerias econômicas. A iniciativa é conduzida pelo Governo do Estado, por meio do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional. Desenvolvido no Laboratório de Caracterização Ambiental (LACAR), o projeto de desenvolvimento tecnológico lidera estudos para a quantificação, diminuição e remoção do Glifosato na cafeicultura.

 Sob a coordenação do professor Dr. Sérvio Túlio Cassini e a liderança do professor Dr. Jairo de Oliveira, o LACAR/CPID compromete-se a encontrar soluções efetivas para os resíduos de glifosato no café. O projeto também é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do Edital Inova Grafeno 2022. Gado Cholistani do Paquistão: Uma raça adaptada e valiosa; vídeo O glifosato, herbicida amplamente utilizado globalmente, levanta preocupações quanto à sua possível natureza carcinogênica na cafeicultura, representando um desafio devido à contaminação que pode ocorrer de diversas maneiras, desde a aplicação direta até a contaminação do solo e da água usados no cultivo do café.

 Segundo o professor Jairo de Oliveira, o método tradicional para detectar o glifosato é normalmente realizado por Cromatografia de Íons ou Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), um método de elevada precisão que apresenta custo relativamente alto (R$ 300,00 a R$ 500,00 por amostra), dependendo de laboratórios com equipamentos de grande porte e pessoal altamente qualificado, com tempo médio de resposta de 3 a 5 dias. O método desenvolvido pelo LACAR não vai competir nem substituir os métodos atuais; no entanto, devido à sua simplicidade e menor custo, o diferencial é a detecção diretamente no campo.

 Os esforços do LACAR não se limitam à detecção precisa dos níveis de glifosato, mas também visam implementar tecnologias inovadoras para a remoção desses resíduos, aplicando técnicas avançadas de análise química e métodos de remoção que preservem a qualidade do café. O LACAR/CPID tem estrutura de ponta para o desenvolvimento de projetos deste nível e, segundo o pesquisador, o grupo está bem motivado para avançar nos níveis de maturidade tecnológica e, futuramente, na transferência da tecnologia. https://encurtador.com.br/ktHIL

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Santo Antônio da Alegria, vence pela 2ª vez o concurso do café fermentado de SP

Tiago Rodrigues é um agricultor familiar e, ao lado do pai Sebastião e da irmã Valéria, produz café no município de Santo Antônio da Alegria, região da Alta Mogiana de São Paulo. “Nossa história no campo começou com o meu avô, Antônio Lúcio, que plantou a primeira lavoura de café em sua propriedade e passou pra gente todo o ensinamento. Eu cresci vendo meus pais trabalhando nos cafezais. A cafeicultura sempre fez parte da minha vida,” relembra o produtor.

 A experiência do jovem cafeicultor está rendendo prêmios. Em novembro, os grãos produzidos no sítio da família, o SR Santa Rita, venceram pela segunda vez o concurso estadual “Qualidade do Café de São Paulo”, na modalidade fermentado.

 O agricultor cultiva as variedades Catuaí Amarelo, Arara e Catucaí 2SL em uma área de aproximadamente 10 hectares para o café arábica na Alta Mogiana, que é uma das principais regiões produtoras do grão no país.

 Na edição de 2023, 180 produtores de café disputaram em diversas categorias. Ao todo, foram analisadas 320 amostras de cafés, quase o dobro que a edição anterior.

 Rodrigues conseguiu uma marca importante na avaliação dos jurados, 85 pontos, uma diferença pequena para o segundo colocado, que teve 83.40.

 A região Alta Mogiana, onde fica o sítio da família, tem características que beneficiam o cultivo de café. O local possui uma área de planalto com montanhas com altitudes que variam de 900 a 1000 metros e temperaturas médias em torno dos 21ºC, segundo as informações da Secretaria de Agricultura.

 A região é a maior produtora paulista de café e a terceira no âmbito nacional produz cerca de 3 milhões de sacas ao ano e envolve mais de 5 mil produtores. https://encurtador.com.br/ctLTX

 

Fonte: CNC – Conselho Nacional do Café – parceira da SNA

 

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