ILUMINAÇÃO DO SOLSTÍCIO

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Nesta semana ocorrem os dias mais longos do ano. Em 22 de dezembro, o sol atingirá seu maior distanciamento do Equador, em seu deslocamento aparente rumo ao Sul. Será o solstício, o dia mais longo do ano. Na agricultura, o solstício marca o tempo da colheita e da safra de verão.

Dia de iluminação, sexta feira o sol estacionará no aparente deslocamento para o Sul. Daí o termo solstício, sol estaciona. A partir daí, ele começará se deslocar em direção oposta, para o hemisfério Norte. Começo do verão por aqui e do inverno por lá.

Em S. Paulo, Norte do Paraná e Mato Grosso do Sul, nos dias 21, 22 e 23, ao meio-dia, o sol estará pino, no ponto mais alto da abóboda celeste: o zênite. Postes, pessoas e casas não apresentarão sombra ao meio-dia. O disco solar poderá visto no fundo de um poço. Isso nunca ocorre em Santa Catarina ou R. G. do Sul. Só na zona intertropical.

No solstício, o sol passará a pino pelo Queensland no norte da Austrália, pelo Sul do Oceano Indico, Madagascar, Moçambique, ao norte da cidade do Cabo na África do Sul e de São Paulo. Esse rastro no chão do caminhar do sol nesse dia define ou traça o Trópico de Capricórnio.

O Trópico de Capricórnio tem a passagem sinalizada nas rodovias paulistas (SP 70, SP 75, SP 255 e outras). A placa é bem visível na Rodovia dos Bandeirantes (SP 348), na saída e chegada à Capital paulista.

O solstício de verão marca do tempo da safra e da grande produção agropecuária. A agricultura segue os ciclos cósmicos e deles tira proveito. É um tempo de abundância, riqueza e partilha, animado pelo espírito natalino, independente de religião.

Solstício e Natal estão associados. A Igreja nunca disse: Jesus nasceu em 24 de dezembro. Ele nasceu um dia. Certeza. Os cristãos festejavam (e ainda festejam) a Natividade em diversas datas. A igreja católica definiu um dia para unificar a celebração. A data foi associada ao solstício. Nove meses depois da festa da anunciação de Maria (25 de março), associada ao equinócio.

A ausência de sombras no solstício de verão sempre foi interpretada como sinal cósmico da vitória da luz sobre as trevas. Por mais sombrios os tempos e os modos, ensina o Cosmos: a luz sempre vence as trevas, o bem e a fé sempre vencem o mal. Feliz, Santo e Iluminado Natal a todos!

Por Evaristo de Miranda, membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA, Sociedade Nacional de Agricultura. Tem mestrado e doutorado em Ecologia pela Universidade de Montpellier (França).
Redação SNA – imprensa@sna.agr.br
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