Soja fecha em leve alta, com o mercado focado no avanço da colheita dos EUA, do plantio no Brasil e no relatório de estoques do USDA

Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 1,27% e o janeiro de 0,99%. – Imagem de Julio César García por Pixabay

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos 0,50 a 2 centavos, com o novembro cotado a US$ 13,03¼ (+ 0,04%) e o janeiro/24 a US$ 13,23 (+ 0,15%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 1,27% e o janeiro de 0,99%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 3,60 a US$ 3,90, com o outubro cotado a US$ 390,10 (- 0,99%) e o dezembro a US$ 389,10 (- 0,92%), a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o outubro registra uma queda de 1,79% e o dezembro de 1,52%.

O óleo de soja fechou novamente em alta, com o dezembro registrando um ganho de 0,92%. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 1,77%.

Parte da alta é justificada pela valorização no barril do petróleo, que faz o preço do óleo de soja subir e dar suporte a soja.

Segundo a consultoria Granar, outro fator que contribuiu para a alta da soja foi ocorrência de chuvas em áreas produtoras dos EUA, especificamente nos estados de Illinois e Indiana, que pode prejudicar o andamento da colheita.

O mercado deve seguir registrando poucas oscilações até a próxima sexta-feira (29), quando o USDA divulgará o relatório dos estoques finais de soja do ano comercial 2022/23.

Relatório de Estoques – USDA

O USDA deve estimar na sexta-feira (29) que os estoques domésticos de soja em 1º de setembro deste ano eram menores do que os de um ano antes. segundo a média das estimativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, o relatório trimestral de estoques do USDA deve mostrar que estoques de soja no começo de setembro totalizavam 6.64 milhões de toneladas (244 milhões de bushels), volume inferior ao de 1º de setembro de 2022 de 7.46 milhões de toneladas (274 milhões de bushels).

Quanto ao milho, o USDA deve estimar os estoques de setembro em 36.40 milhões de toneladas (1.433 bilhão de bushels), em comparação com as 34.98 milhões de toneladas (1.377 bilhão de bushels) um ano antes.

Já os estoques de trigo em 1º de setembro deste ano devem ser estimados em 48.29 milhões de toneladas (1.774 bilhão de bushels). Na mesma data do ano passado, os estoques eram de 48.39 milhões de toneladas (1.778 bilhão de bushels).

Milho fecha em alta impulsionado pela alta do petróleo

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,50 a 3,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,83¼ (+ 0,73%) e o março/24 a US$ 4,98¼ (+ 0,76%) o bushel. O dezembro na máxima do dia (US$ 4,86¾), registrou a maior cotação desde 8 de setembro. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,73% e o março de 0,82%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa, após três sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de 9 a 9,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,79½ (- 1,61%) e o março/24 a US$ 6,07¼ (- 1,46%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,86% e o março de 0,98%.

O milho subiu nesta quarta-feira (27/9), impulsionado pela maior demanda pelo grão dos Estados Unidos, que decorreu principalmente pelo aumento da produção de etanol.

Contudo, apesar da alta desta quarta-feira, o mercado deve seguir com baixa liquidez à espera dos dados de estoque de milho nos EUA.

Em direção contrária à do milho, o trigo terminou a sessão em baixa, pautado por fatores técnicos.

Investidores no mercado de trigo optaram por realizar lucros. Além disso, as exportações da Rússia, o principal fornecedor do mundo, perderam ritmo neste mês.

Segundo a SovEcon, as exportações de trigo do país caíram para 4.1 milhões de toneladas em setembro, até essa terça-feira (26), abaixo das 6.1 milhões de toneladas exportadas em agosto.

A tentativa do governo de implantar um preço mínimo de US$ 270,00 para a tonelada do trigo reduziu a competitividade do cereal russo, indica análise da TF Consultoria Agroeconômica.

Etanol EUA

A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.009 milhão de barris/dia na semana encerrada na sexta-feira passada (22). O volume ficou 3% acima do da semana anterior de 980.000 barris/dia. Os estoques do biocombustível aumentaram 1,40% para 22 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 77.000 barris na semana. Os números foram divulgados hoje pela Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA).

As estimativas da produção dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre 969.000 e 990.000 barris/dia. Quanto aos estoques, as estimativas variavam entre 21.281 milhões e 22 milhões de barris.

Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.

Mercado Interno

No mercado brasileiro de milho para a exportação os prêmios permanecem inalterados, com boa demanda, segundo informações da TF Agroeconômica.

Os prêmios permaneceram a US$ 1,03 para embarque outubro, a US$ 0,95 para embarque novembro e a US$ 1,05 para embarque dezembro.

Os prêmios continuam indicando que a demanda ainda está aquecida para o milho brasileiro, mesmo com uma semana de exportações 20% maiores dos EUA. Isto permite acreditar que a estimativa da CONAB para as exportações, em torno de 51 milhões de toneladas, sejam atingidas nesta temporada, o que será um recorde.

Mesmo assim, os altos estoques finais estimados pelo órgão público, ainda garantem uma tranquilidade para os compradores nacionais e não deverá haver impacto maior nos preços.

Por Equipe SNA
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