Presidente da Famato: concurso para fiscais federais agropecuários no MT decepciona

Rui Prado-Famato
Rui Prado, presidente da Famato. Foto: divulgação

 

Após a divulgação do edital de concurso público destinado a fiscais federais agropecuários pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirmou que  o número de vagas para fiscais agropecuários destinadas ao Estado deixou seu setor produtivo decepcionado. Segundo Prado, apenas 15 das 796 vagas são para Mato Grosso, sendo sete para veterinários e apenas uma para engenheiro agrônomo.

Segundo Prado, a produção agropecuária de Mato Grosso coloca o estado em uma posição de grande relevância dentro do cenário mundial e que responde, por exemplo, por 20% do PIB estadual. “Para que o setor produtivo funcione de forma eficiente, as atividades desenvolvidas necessitam de normas, fiscalização e controle. Neste cenário, destacamos a importância do fiscal agropecuário do Mapa, responsável em fiscalizar produtos vegetais, animais, insumos e o trânsito deles dentro e fora do estado”, explica.

Em sua opinião, a conta que o Mapa fez para destinar novos profissionais para fiscalizar e colaborar com a melhoria da agropecuária mato-grossense não condiz com a realidade e nem com as necessidades do setor produtivo. Esclarece que, “atualmente, observamos que existe uma grande lacuna entre a real necessidade de fiscais para realização total das atividades provenientes das cadeias do agronegócio em Mato Grosso e o número de profissionais que ocupam esses cargos. Essa falha compromete o bom funcionamento e controle total dos processos em todos os elos das cadeias de soja, milho, algodão, pecuária, entre outras”.

De acordo com Prado, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária  (Imea) fez uma pesquisa no ano passado e identificou, junto ao Mapa, que existem no Estado 74 fiscais atuantes. “Setores como dos fertilizantes, defensivos agrícolas, classificação vegetal e bebidas possuem apenas um fiscal. Para atender toda a necessidade de Mato Grosso, seria necessária a contratação de mais 127 profissionais”, esclarece.

Ele diz que não pode apontar o número de profissionais necessários para o país, “mas para Mato Grosso o Imea identificou que até 2022 será necessário contratar mais 242 funcionários, sendo 72 agrônomos e 170 veterinários. Porém, essa necessidade poderá ser ainda maior dependendo da quantidade de fiscais que irão se aposentar durante o período analisado da pesquisa”.

Para o presidente da Famato, o ideal para Mato Grosso e para o Brasil é que o Mapa disponibilize profissionais capacitados para fiscalizar a qualidade dos produtos oriundos do agronegócio. Ele enfatiza que “os produtores rurais naturalmente já fazem o dever de casa. Nossa produção, além de ter qualidade é desenvolvida de forma sustentável. Mas, ainda assim, é interessante contarmos com o fiscal para verificar os insumos que adquirimos e que estão diretamente ligados ao desempenho da produtividade do campo. Assim como é importante termos a segurança de saber que estamos obtendo um produto com SIF no mercado”.

Rui Prado finaliza ao acrescentar que “os fiscais são importantes, por exemplo, para garantir a qualidade dos insumos que os produtores rurais compram para suas lavouras, como é o caso dos fertilizantes. Eles também contribuem para verificar a qualidade dos alimentos que chegam aos consumidores nas gôndolas dos supermercados. Os alimentos precisam ter o selo que garante a qualidade do produto e isso é avaliado pelos fiscais do Mapa. Sem o trabalho dos fiscais, o Estado pode parar, já que eles são os responsáveis por liberar a importação de insumos e autorizar o registro de novos produtos e empresas”.

 

Fonte: Equipe SNA/SP

 

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