Análise abrangendo os passados 18 anos (2005/2022) indica que em junho o frango abatido registra, aproximadamente, o mesmo valor de janeiro. Mês em que, por sua vez, é observada valorização de cerca de 10% em relação à média do ano anterior. Ou seja: se a média de 2022 foi de R$7,58/kg, deveria ter alcançado, em junho último, algo em torno de R$8,33/kg.
Mas não foi exatamente assim. Ao contrário, o frango abatido encerrou o semestre cotado por valor 20% inferior à média de 2022 e o menor preço não apenas do ano, mas dos últimos 17 meses. Ou seja: superou (por somente dois centavos) apenas o que foi registrado em janeiro de 2022, sendo comercializado no mês pelo mesmo valor nominal de dezembro de 2020, trinta meses atrás. Como, de lá para cá, a inflação acumulada (IPCA) superou os 20%, fica clara a defasagem enfrentada.
Neste caso, até seria válido contra argumentar que os custos também retrocederam. Mas não vem sendo bem assim, pois ainda que o preço da principal matéria-prima do frango, o milho, tenha retrocedido quase na mesma proporção, os demais custos (vários deles surgidos com a pandemia) permaneceram em alta.
Independentemente disso, compare-se (gráfico abaixo, à direita) o valor médio alcançado no primeiro semestre de 2023 com o valor real registrado em 2019, ano pré-pandemia: a valorização não chega a 15%. Pois no mesmo período o IPCA acumula variação superior a 25%.