A demanda por máquinas agrícolas cresceu em razão do aumento da safra 2016/17. “Com a tendência de crescimento da produção nos próximos anos, em função de expansão da área plantada e do aumento da produtividade, haverá mais demanda por máquinas”, avalia Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de máquinas agrícolas aumentaram 28,4% em outubro de 2016, em relação ao mesmo período de 2015.
Os investimentos no setor de maquinário para o campo também aumentam e ganham reforços. O Moderfrota – programa de financiamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para a aquisição de tratores, colheitadeiras, plantadeiras etc, e que utiliza recursos do Tesouro, recebeu no atual plano Safra um aporte de R$ 5 bilhões.
Porém, diante da contratação de 58% dos recursos até o final de dezembro de 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende aumentar o montante inicial do Moderfrota para R$ 7,5 bilhões.
O valor de complementação será confirmado pela equipe econômica do governo nos próximos dias. “Creio que será um reajuste de 50%. Em relação aos recursos para o programa disponibilizados no penúltimo plano Safra, e que atingiram R$ 3,3 bilhões, esse aumento deverá ser superior a 100%”, afirma Sirimarco. “É um reforço que chega em boa hora e que afasta o temor da indústria de máquinas em relação a uma paralisação do setor no início do próximo ano”, complementa.
De acordo com o Mapa, os juros do Moderfrota serão de 8,5% ao ano para os produtores rurais com faturamento anual de até R$ 90 milhões.
“O setor automotivo, de forma geral, não tem crescido. Mas diante de uma oportunidade como essa, específica do setor agrícola, é necessário que haja um controle para que se evitem altas consideráveis nos custos”, ressalta, acrescentando que, além dos tratores, existe ainda boa demanda para itens como colheitadeiras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadeiras e semeadoras.
Produção
O setor de máquinas torna-se mais atraente diante dos resultados positivos da produção nacional. Em seu último boletim de levantamento da safra, divulgado este mês, a Conab estimou que a safra 2016/17 de grãos pode variar de 210,9 a 215,1 milhões de toneladas. Já o crescimento da produção poderá ser de até 15,6% em relação à safra anterior, que foi de 186,1 milhões de toneladas.
“O governo busca disponibilizar mais recursos para o agronegócio, com o objetivo de direcioná-los para os programas de maior demanda. Uma das prioridades do Mapa é facilitar o acesso ao crédito rural, reduzindo a burocracia e fazendo com que o financiamento chegue ao produtor no momento certo”, explica o vice-presidente da SNA.
Dados recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), indicam que, nos primeiros cinco meses de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 1,79%, em comparação com o mesmo período de 2015.
O bom desempenho ocorreu devido ao comportamento do segmento agrícola, que cresceu 0,37% em maio e 2,73% de janeiro a maio.“Apesar da quebra de safra, a perspectiva é positiva para 2016, o que fará com que o agronegócio continue a ser o mais importante setor da economia nacional”, conclui Sirimarco.
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