O mundo precisará plantar uma área extra do tamanho da Irlanda e da Grécia juntas de soja, milho e trigo para garantir que as necessidades globais por alimento serão atendidas. Segundo o economista-chefe do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), Robert Johansson, o comércio mundial de trigo deverá crescer 165, o de milho 185 e o de soja quase 28% na próxima década.
“Com base na projeção do aumento da produtividade, o mundo precisaria ainda de mais 20,491 milhões de hectares (ou 50 milhões de acres) de soja, milho e trigo para atender o crescimento da demanda”, disse Johansson no USDA Annual Outlook Forum, que teve início nesta quinta-feira (19), em Washington.
Até 2024, a área agrícola global deverá passar por um aumento de 934 milhões para 982 milhões de toneladas, registrando uma evolução média de 0,5% ao ano e o Brasil continuará tendo um papel decisivo na oferta de alimentos.
As previsões indicam ainda um aumento na demanda de importação mundial de trigo subindo de 45 milhões de toneladas nessa temporada para algo em torno de 180 milhões na safra 2024/25. Já as importações mundiais de soja e farelo deverão registrar um aumento de 49 milhões de toneladas, passando para 239 milhões de toneladas.
Para os cereais “secundários”, a projeção é de que o aumento nas importações seja de algo próximo de 30 milhões de toneladas para totalizar 179 milhões. Johansson destacou ainda a importância e o crescimento das importações de sorgo e cevada para substituir alguns volumes de milho.
“O USDA acredita que o aumento das importações de sorgo e cevada por parte da China, para serem utilizados principalmente como ração, vai continuar no futuro, superando 11 milhões de toneladas em uma década”, afirma o representante do departamento americano.
O economista do USDA, entretanto, acredita em uma redução nas compras chinesas de milho, já que os estoques do país são elevados, além de os produtores locais contarem com um programa de subvenção que os garante bons preços para o cereal.
Sobre as importações de soja da nação asiática, a projeção do departamento agrícola norte-americano é de uma alta dos atuais 74 milhões para 108 milhões de toneladas.
Brasil – Em 2024, o USDA acredita que o Brasil irá liderar as exportações de soja e chegar a 69 milhões de toneladas. Atualmente, o país responde por 33% do mercado mundial e esse total passará a 37% em 10 anos. Em contrapartida, as exportações norte-americanas deverão recuar de 31 para 26% no mesmo período.
Proteínas Animais – Para as proteínas animais o crescimento do consumo também é esperado. Em uma década, a demanda por carne suína deve crescer 1,2% ao ano, de frango 2,2% e bovina 1,3%. E para o USDA, os custos de produção deverão sofrer um recuo e registrar os menores valores dos últimos anos.
Fonte: Notícias Agrícolas