Usineiros vão investir R$ 250 milhões no setor sucroalcooleiro

Entre este ano e 2017, os usineiros vão investir em Minas pelo menos R$ 250 milhões, com o objetivo de ampliar em 250 megawatts (MW) o potencial das térmicas movidas a biomassa. E para garantir a geração durante todo o ano, os empresários passaram a utilizar a palha da cana-de-açúcar e não somente o bagaço, como era feito anteriormente. A medida elimina a influência da sazonalidade da cultura na capacidade de abastecimento das termelétricas.

Segundo pesquisa da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a capacidade instalada das usinas térmicas movidas a biomassa no Estado está na casa dos 1.110 MW. O montante faz com que o Estado seja o terceiro mais representativo nesse tipo de geração em todo o País, perdendo apenas para São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Das 37 usinas existentes em Minas Gerais, 19 vendem energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo o presidente-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, outras dez estão iniciando o investimento com o mesmo objetivo.

Com a entrada dessas usinas na atividade de produção de energia, a capacidade instalada deverá ser ampliada em 250 MW no Estado. Esse processo, segundo Campos, só está ocorrendo agora por causa dos preços. Até há dois anos, os valores pagos em leilões estavam na casa de R$ 100 o MWh. Agora, após a crise hídrica que provocou a escassez energética no País, os preços já alcançaram os R$ 280 o MWh.

“Os preços anteriores não pagavam os investimentos necessários para se montar uma estrutura”, explica o executivo. Isso porque para se gerar energia é preciso comprar os equipamentos e, em alguns casos, até mesmo adquirir bagaço de cana-de-açúcar de outras usinas, quando a produção local não for suficiente.

Outra aposta dos usineiros mineiros no sentido de ampliar a geração por meio de biomassa é a utilização da palha no processo. Até então, somente o bagaço da cana era reaproveitado, o que fazia com que faltasse combustível durante uma época do ano. Já com a estocagem da palha, para posterior aproveitamento, torna-se possível gerar energia durante 11 meses. Um mês é reservado para a manutenção dos equipamentos.

Assim, a receita com a geração de energia deverá aumentar. Hoje, cerca de 10% do faturamento das usinas são provenientes da geração. O restante vem da produção de etanol e de açúcar. Agora, a participação deverá ser ampliada para 20%.

A expansão da matriz energética mineira será positiva para o País, que enfrenta hoje dificuldades na produção. Segundo dados da CCEE, a geração térmica a biomassa passou por uma elevação de 28% em abril frente ao mesmo mês de 2014, ao ficar em 2.155 MW médios. Em Minas Gerais, o crescimento no período foi de 15,3%, ao passar de 163,5 MW médios para 188,6 MW médios.

Fonte: Diário do Comércio

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