Startups do agronegócio já são o segundo maior mercado do setor

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) informam que o planeta conta, atualmente, com 7,3 bilhões de habitantes. Em 2030, serão 8,6 bilhões, e, em 2050, esse número saltará para 11,2 bilhões de pessoas. Dentro desse cenário, a utilização de tecnologia, com o objetivo de tornar a cadeia produtiva mais eficiente na produção de alimentos, tem um papel de destaque para atender essa demanda populacional.

Com um Valor Bruto de Produção (VBP) que deve atingir R$ 535,4 bilhões em 2017, e com produções batendo recorde a cada ano, o agronegócio é o segundo maior mercado de startups no Brasil, perdendo apenas para o segmento de startups financeiras.

Segundo o CEO da StartSe, Pedro Englert, atualmente já é possível iniciar um projeto com cinco mil dólares, pois há mais investidores dispostos a apostar em startups e a dificuldade de empresas tradicionais de buscarem inovação também tem contribuído para essa evolução. Foto: divulgação

De acordo com levantamento da Startse, atualmente existem cerca de 500 startups do agro no País e que algumas já estão se expandindo para fora do Brasil, inclusive para o Vale do Silício, na Califórnia, EUA, considerado o centro mundial de inovações.

“Estamos exportando tecnologia”, afirmou Pedro Englert, CEO da StartSe, plataforma digital que conecta todos os agentes do ecossistema de startups (investidores, aceleradoras, universidades e startups), aumentando a visibilidade das novas ideias e ultrapassando as barreiras físicas de contatos, durante a AgroTech Conference, realizado na semana passada, na capital paulista.

O objetivo do evento foi apresentar para o mercado as tecnologias que já estão sendo aplicadas, seus resultados, além de outras que revolucionarão o agronegócio para um público formado por executivos, agricultores, investidores e profissionais ligados ao setor.

Segundo Englert, o momento atual é muito mais propício para empreender do que no passado, quando eram necessários milhões de dólares para começar. “Hoje já é possível iniciar um projeto de startup com cinco mil dólares, pois, em um mundo mais conectado, há mais investidores dispostos a apostar em startups e a dificuldade de empresas tradicionais de buscarem inovação também tem contribuído para essa evolução”, acrescenta.

FAZENDA INTELIGENTE

Durante o AgroTech Conference, um dos projetos apresentados foi a “Fazenda Inteligente: o futuro chegou”, formado pela Aegro, Agrosmart, Horus Aeronaves, Ibra, InCeres e Speclab, as seis principais startups do agro no mercado nacional, com o objetivo de criar soluções para diferentes aspectos da produção agrícola.

“Com base em pesquisas e na vivência dos problemas no campo, essas empresas desenvolveram soluções para agricultura de precisão, monitoramento de irrigação, sistemas de gestão, drones, dentre outras tecnologias de ponta”, informou o Maikon Schiessl, gerente de marketing da Aegro e coordenador do projeto Fazenda Inteligente.

Schiessl destacou a importância de projetos como o Fazenda Inteligente para o desenvolvimento das atividades no campo. “A Fazenda Inteligente pode ajudar o produtor a entender como integralizar os processos produtivos, de forma a melhorar os resultados”, disse.

DRONES

Atender as necessidades dos produtores é a proposta da empresa, assim como das demais startups focadas no agronegócio nacional, destacou o CEO da Horus, Fabrício Hertz

Uma das empresas que participaram do evento, a Horus Aeronaves, especializada em VANTs para o agronegócio, desenvolve drones específicos para as atividades no campo. “Atender as necessidades dos produtores é a proposta da empresa, assim como das demais startups focadas no agronegócio nacional”, afirmou o CEO da empresa, Fabrício Hertz, durante o AgroTech Conference.

A Horus desenvolve drones específicos para o mapeamento aéreo.  “Nossas aeronaves possuem sensores bastante similares aos sistemas utilizados apenas em satélites, que possibilitam, por meio dos nossos algoritmos de inteligência computacional, a realização de diagnósticos precisos para o manejo da plantação, a prevenção de infestação de pragas e o uso de insumos, sempre buscando reduzir os custos do agricultor e aumentar a produtividade,” explicou Hertz.

 

Por Equipe SNA/SP

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