‘Difícil imaginar o que seria da economia brasileira sem o agronegócio’, diz Alvarenga

Alvarenga vê o ano eleitoral como grande oportunidade para pleitear mudanças no agro em 2015. Foto: Sebastião Marinho
Alvarenga vê o ano eleitoral como grande oportunidade para pleitear mudanças no agro em 2015. Foto: Sebastião Marinho

 

Um almoço de confraternização da Sociedade Nacional de Agricultura realizado na segunda-feira, 17 de fevereiro, contou com as presenças de representantes de vários setores do agronegócio brasileiro, políticos e personalidades. Juntos, comemoraram os 117 anos de existência da SNA, na sede da entidade, no centro do Rio de Janeiro. Durante o evento, foram promovidos diálogos em torno do atual cenário da economia nacional e de temas relevantes para a agropecuária brasileira em 2014, como as adesões dos estados ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), entre outros.

Para o presidente da instituição, Antonio Alvarenga, 2014 será um ano atípico. “Temos carnaval em março, Copa do Mundo em junho e julho, e eleições em outubro. Vamos assistir a um verdadeiro vale-tudo eleitoral e o favoritismo da presidente Dilma será testado nas urnas, em meio aos anseios populares por mudanças. Os candidatos de oposição irão bombardeá-la. E não faltará munição, porque há muitos equívocos (do atual governo), principalmente na política econômica”, criticou.

Em sua avaliação, esse é o momento para o produtor rural conquistar real conhecimento e espaço político compatível com sua importância no cenário econômico e social brasileiro. “Afinal, temos uma agricultura das mais modernas do planeta, somos campeões em produtividade e sustentabilidade, estamos colhendo a maior safra da história do país, estimada em 196 milhões de toneladas, e geramos excedentes exportáveis de US$ 100 bilhões por ano”, enumerou.

Alvarenga pontuou ainda que o Brasil é um dos principais produtores de alimentos do mundo e o agro segue confirmando a sua importância para o desempenho da economia nacional, com participação de cerca de 41% na balança comercial total em 2013. “Somos responsáveis por um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e um terço dos empregos gerados no país. É difícil imaginar o que seria da economia brasileira sem o agronegócio”, ressaltou.

Eleições

O presidente da SNA fez questão de reforçar que a instituição, em ano de eleições, “não apoia partido político nem campanha deste ou daquele partido”.

“Nosso dever é colaborar com os produtores rurais na construção de uma plataforma que reúna os interesses do agronegócio. Para tanto, precisamos trabalhar para renovar e consolidar as ações parlamentares que envolvem o agronegócio, no que diz respeito à bancada ruralista, como é geralmente conhecida no Congresso.”

Para Alvarenga, faz-se necessária uma mobilização dos representantes do agro para alcançar significativos resultados em favor do segmento.

“Precisamos lutar para que tenhamos um Ministério da Agricultura forte, que possa coordenar todas as políticas do setor. O que vemos hoje é uma situação lamentável: as políticas destinadas ao agronegócio vêm sendo decididas por outros ministérios, porque o Ministério da Agricultura não tem comando. Não existe sequer sinergia entre os órgãos envolvidos com as questões agrícolas do país”, criticou.

“Por este motivo, precisamos votar em quem tem o compromisso com o desenvolvimento agropecuário brasileiro”, resumiu o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura.

Outros desafios

O presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Fiesp, João Sampaio diz que o agro sobre com déficit de comunicação. Foto: Sebastião Marinho
Presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Fiesp, João Sampaio diz que o agro sobre com déficit de comunicação. Foto: Sebastião Marinho

 

Também presente no almoço de aniversário da SNA, o presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), João Sampaio, fez sua avaliação: “O agronegócio cresceu, se modificou, se modernizou, mas ainda sofre com um déficit de comunicação”. Ele ainda destacou o atual momento pré-eleitoral. “Depois de muitos anos, estamos sentindo uma inversão com candidatos procurando nosso setor para conversar. Parece que estão reconhecendo a importância do segmento no país. Por isso, precisamos de muita competência em torno dessa busca de apoio”, orientou.

Em seu discurso, o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes citou a necessidade de ampliar o crédito para o agronegócio, já que o setor “tem enfrentado problemas nos cultivos de café, cana-de-açúcar, cacau”, entre outros.

 

Song Yang ao lado do diretor da SNA Paulo Protásio e a editora da revista A Lavoura, Cristina Alvarenga. Foto: Sebastião Marinho
Song Yang ao lado do diretor da SNA Paulo Protásio e da editora da revista A Lavoura, Cristina Alvarenga. Foto: Sebastião Marinho

 

O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Song Yang, reforçou a importância da parceria entre o país asiático e o Brasil, citando a preocupação com a safra daqui. “A China está disposta a apoiar os investimentos brasileiros em infraestrutura, com o intuito de fortalecer a posição da agricultura do país”, disse Yang, que ainda salientou a necessidade de se investir em ferrovias locais.

Por Equipe SNA/RJ

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