Pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste buscam carne e leite de qualidade em equilíbrio com meio ambiente

Além de dar continuidade a projetos já iniciados, a Embrapa Pecuária Sudeste deve, em 2016, lançar tecnologias e desenvolver novos projetos em diversas áreas. Foto: Divulgação.
Além de dar continuidade a projetos já iniciados, a ogranização deve, em 2016, lançar tecnologias e desenvolver novos projetos em diversas áreas. Foto: Divulgação.

Pesquisas para redução de emissão de gases de efeito estufa na pecuária, manejo adequado da água na produção animal e sustentabilidade dos sistemas de produção estiveram em foco durante este ano na Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP). De acordo com o chefe-geral, Rui Machado, o objetivo do trabalho desenvolvido pela Unidade é atender às diferentes necessidades da agropecuária e da sociedade com sustentabilidade econômica, social e ambiental. “Queremos fazer chegar ao consumidor leite e couro de qualidade e carne mais macia e saborosa, em equilíbrio com a conservação do meio ambiente e ganhos sociais e econômicos”, enfatiza Machado.

Para quantificar a emissão de gases de efeito estufa na pecuária brasileira e propor soluções para sua redução, a Embrapa, em conjunto com diversas instituições nacionais e internacionais, lidera uma rede de pesquisa, a Pecus, que é coordenada pela Unidade. Os resultados desse trabalho serão disponibilizados em 2016 e vão contribuir para a formação de proposições efetivas para diminuição da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global.

Pesquisas desenvolvidas em vários biomas brasileiros têm demonstrado que alguns sistemas contribuem para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa, como, por exemplo, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Esses modelos integrados também colaboram para diversificar a produção e melhorar a renda dos produtores rurais, sem comprometer os recursos naturais. Vários modelos estão sendo avaliados na Unidade e os resultados são bastante promissores.

Para ampliar a área de adoção dessas tecnologias, a empresa iniciou em julho de 2015 uma capacitação continuada em ILP e ILPF. Com duração de três anos, visa capacitar técnicos para implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URT) nesses sistemas na região Sudeste.

Carne mais macia à partir de erva-mate

E quem diria que a erva-mate poderia ter influência na maciez da carne bovina. Uma pesquisa com a utilização de extrato de erva-mate à ração do gado de corte pode produzir carne com benefícios à saúde, mais macia e, ainda, aumentar o prazo de validade na prateleira. O projeto “Pão e Carne para o Futuro”, uma parceria entre pesquisadores brasileiros e dinamarqueses, durou três anos e foi concluído em 2015.

Os efeitos do consumo do mate foram estudados em cerca de 50 cabeças de gado. Segundo a pesquisadora Renata Tieko, que participou do estudo, verificou-se que a carne se tornou mais macia e, em testes de análise sensorial, foi elogiada pelos consumidores. Além disso, os pesquisadores observaram melhora no bem-estar animal.

Também, neste ano, a Embrapa Pecuária Sudeste lançou dois materiais de referência (MR) que vão auxiliar no controle de qualidade de laboratórios agropecuários de todo Brasil. Trata-se de padrões cujas composições são conhecidas com exatidão e assim testam a acurácia das análises laboratoriais. Um dos materiais recém desenvolvidos serve de padrão para análises de solo e o outro, amostra de fígado bovino, atende analistas de nutrição animal. No Brasil são poucos materiais disponíveis. Geralmente são importados pelos laboratórios a um custo elevado. Outro problema é que muitas vezes possuem características distintas e não são adequados para atender as necessidades brasileiras. Assim, os materiais produzidos pela Embrapa garantem redução de custos para os laboratórios agropecuários e ainda atendem a exigências específicas.

Na área de transferência de tecnologia, a empresa deu continuidade a dois grandes projetos, o Balde Cheio e o Bifequali TT. O Balde Cheio busca o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares. Já, o Bifequali TT, aplica conceitos da pecuária sustentável em propriedade de gado de corte. A base é a capacitação de técnicos, monitoramento da atuação dos extensionistas e avaliação do impacto das tecnologias recomendadas pela Embrapa.

Em dezembro, o Balde Cheio foi reconhecido como um caso de sucesso de produção sustentável de leite pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).  O projeto foi selecionado para a 3ª edição da obra “Gestão Sustentável da Agricultura”, editada anualmente pelo MAPA. A publicação é enviada para todas as embaixadas e feiras internacionais em que o ministério participa.

 

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

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