O Brasil precisa investir em marketing do café, diz diretor da ABIC

Nathan Herszkowicz, diretor da ABIC. Foto: Claudio Arouca
Nathan Herszkowicz, diretor da ABIC, diz que, mesmo com queda no consumo interno de café, Brasil mantém segunda posição no mundo. Foto: Claudio Arouca

 

Após a divulgação da queda de 1,23% no consumo  de café no Brasil, em 2013, pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o diretor executivo da entidade, Nathan Herszkowicz, disse que esta queda é muito pequena e, mesmo que não represente nenhum risco para a cafeicultura nacional, é preocupante.  Segundo ele, não há riscos porque a safra brasileira é de cerca de 48 milhões de sacas de café e a redução do consumo foi de 250 mil sacas, aproximadamente.  “Quer dizer, nós estamos falando de uma safra de 48 milhões de sacas de café contra uma perda temporária de 250 mil sacas”, argumenta.

Mesmo assim, alerta, a ABIC precisa analisar a questão em profundidade e, principalmente, investir em marketing, em educação do consumidor, uma vez que esta retração é atribuída ao fato de que a mesa do café da manhã do brasileiro ganhou inúmeras novas opções de bebidas prontas para o consumo, como sucos, achocolatados e bebidas à base de soja. Embora ainda sejam pouco consumidas, essas bebidas têm apresentado crescimento bastante elevado e concorrem com o café.

“Cada brasileiro consome, perca capita, cerca de 1.600 xícaras de café/ ano. Com essa redução, esse número diminui 20 xícaras, passa a 1.580 xícaras por ano aproximadamente”, explica. O Brasil permanece como o segundo maior consumidor mundial de café, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas em termos de consumo per capita, o país se posiciona entre o 7º e 8º lugar, segundo a Abic, no mesmo patamar de países como Itália e França.

Novidades para dentro do lar

Para  Herszkowicz,  fica muito difícil convencer o consumidor diante de tantas alternativas que ele tem para consumo no lar, principalmente no café da manhã. Ele revela que pesquisas realizadas pela ABIC mostram que essa tendência começou a surgir há dois anos.  Porém, explica, o mercado é dinâmico e, no Brasil, tanto o café freddo como o servido nos lares são de ótima qualidade, produzidos para atender a exigência do consumidor brasileiro, no lar ou fora dele. “Então, o que devemos fazer é investir em marketing, investir em inovação, em diferenciação do produto e garantir certificação”, acentua.

Em sua opinião, “a ABIC deve não somente estimular a oferta de cafés novos, diferenciados,  bem como novas formas de preparação que já estão no mercado, principalmente de cafeterias, mas trazer isso para dentro do lar. Continuar estimulando a melhoria de qualidade com certificação, pois o consumidor confia em certificação e, principalmente investir em marketing, em educação do consumidor”.

Além da ABIC, segundo Herszkowicz, várias entidades que compõem o agronegócio do café, como o Conselho Nacional do Café (CNC), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), entre outras, estão empenhadas em discutir com o Departamento do Café do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento  (DCAF/MAPA) “como vamos conseguir recursos suficientes para fazer uma grande campanha de marketing que não seja uma pontual, mas uma campanha duradoura que, durante vários anos, ajude a recompor não só essa perda como também retomar o consumo de 3 a 5% ao ano”.

 

Por Equipe SNA/SP

 

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