Novas tecnologias da informação devem melhorar atividades no campo

Inovações mais recentes em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) prometem alavancar as pesquisas gerando um conjunto de aplicações específicas para agricultura. Foto: Neide Makiko Furukawa
Inovações mais recentes em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) prometem alavancar as pesquisas gerando um conjunto de aplicações específicas para agricultura. Foto: Neide Makiko Furukawa

Inovações mais recentes em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) prometem alavancar as pesquisas gerando um conjunto de aplicações específicas para agricultura, tais como sistemas de informação geográfica (SIG), sistemas baseados em conhecimento e sistemas de suporte à decisão e modelos que são incorporados em novas tecnologias empregadas no campo.

Segundo a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, este será o panorama para os próximos anos. “As tendências apontam que o setor agropecuário, cada vez mais, demandará novas TICs para gestão de dados, informações e conhecimentos em todas as etapas da cadeia produtiva em uma nova infraestrutura onde os mundos físico e digital estarão totalmente interconectados como nos setores financeiro e saúde”, comenta.

Dentre algumas das aplicações dessas novas tecnologias no campo destacam-se: sistema de irrigação inteligente, agricultura de precisão envolvendo a aplicação de inteligência embarcada, automação e rede de sensores locais para mapeamento de solos, monitoramento de doenças e de variáveis meteorológicas e sensoriamento remoto, visando obter mais dados sobre a produção e aspectos ambientais e climáticos.

“Se por um lado a tecnologia é a maior aposta para o aumento da produtividade na agricultura nacional, por outro, há alguns desafios quanto ao uso de computadores e de internet nos estabelecimentos agropecuários, tais como o nível de instrução dos produtores, sua condição em relação às terras, o grau de dinamismo das diferentes atividades econômicas e infraestrutura de comunicação”, aponta alguns entraves.

 

Chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá afirma que, se a agricultura brasileira não tiver condições de incorporar as inovações introduzidas pelas tecnologias de informação e comunicação, isto poderá comprometer a competitividade dinâmica do setor. Foto: Lilian Alves/Divulgação Embrapa
Chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá afirma que, se a agricultura brasileira não tiver condições de incorporar as inovações introduzidas pelas tecnologias de informação e comunicação, isto poderá comprometer a competitividade dinâmica do setor. Foto: Lilian Alves/Divulgação Embrapa

DESIGUALDADES REGIONAIS

De acordo com a pesquisadora, hoje, a concentração do acesso aos recursos de TIC nas regiões Sul e Sudeste do País reforçam as desigualdades regionais e a heterogeneidade da agricultura do País.  “Diante deste cenário, é imprescindível algumas ações coordenadas dos agentes públicos e privados para ampliar o acesso do produtor rural ao computador e à internet, além de políticas para inclusão digital que facilitem o acesso à tecnologia da informação pelos pequenos e médios produtores”, sugere a chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária.

Segundo a pesquisadora, por serem pervasivas, as TIC têm um papel decisivo como mola propulsora e integradora nessa convergência tecnológica entre bits, genes, átomos, moléculas e neurônios que remete à agricultura do futuro. “Essa revolução tecnológica tem um lugar dentro de um ecossistema complexo e onde tudo está interligado – tecnologia, segurança, crescimento econômico, ambiente e sustentabilidade –, o que exigirá uma maior integração e articulação entres os diferentes segmentos do Sistema Nacional de Inovação Agrícola e seus principais stakeholders públicos e privados”, salienta.

“Dada importância do setor agrícola para o País, se a agricultura brasileira não tiver condições de incorporar as inovações introduzidas pelas tecnologias de informação e comunicação, isso poderá comprometer a competitividade dinâmica do setor”, prevê.

 

SOLUÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO

De olho na evolução e no potencial desse segmento, as empresas estão desenvolvendo soluções para oferecer ao agronegócio. Por exemplo, a plataforma de BI da Siagri, recurso conhecido como Business Intelligence, utiliza o software analítico da multinacional dinamarquesa Targit e pode ser acessado por meio de qualquer dispositivo (notebook, computador, celular), o que facilita o gerenciamento dos negócios em tempo real.

CEO da Targit, Allan Pires destaca como benefícios desse recurso a facilidade na coleta de informações dos mais variados departamentos e sistemas. No caso de fazendas, é possível reunir dados do sistema financeiro, contratos de vendas, despesas, semeadura, colheita, além das informações disponíveis nas colheitadeiras e drones. “Todas as informações, que antes eram analisadas por meio de relatórios não completos ou demandavam criação de planilhas no Excel, agora são informatizadas”, acrescenta.

Segundo o executivo, esse recurso permite combinar os dados internos da empresa com informações externas, “contribuindo para a melhor tomada de decisão em relação ao desempenho e o impacto externo que as fazendas sofrem como clima (chuva), preço de mercado, variação do dólar, custo logístico”.

Eduardo Bitu, diretor de produtos da Siagri, projeta 1.000 usuários nos primeiros anos de operação do sistema. ”Nossa meta é atender, principalmente, demandas do agronegócio nas atividades econômicas de distribuição de insumos, produção, armazéns gerais, sementeira, algodoeira e agroindústria”, planeja.

 

CEO da empresa dinamarquesa Targit, Allan Pires destaca que, nas fazendas, o uso do sistema Business Intelligence (BI) da Siagri possibilita reunir dados do sistema financeiro, contratos de vendas, despesas, semeadura, colheita, além das informações disponíveis nas colheitadeiras e drones. Foto: Divulgação
CEO da empresa dinamarquesa Targit, Allan Pires destaca que, nas fazendas, o uso do sistema Business Intelligence (BI) da Siagri possibilita reunir dados do sistema financeiro, contratos de vendas, despesas, semeadura, colheita, além das informações disponíveis nas colheitadeiras e drones. Foto: Divulgação

FERRAMENTA PARA CONFINAMENTO

Já a Premix, acabou de lançar Premix Confina+, software de estudo de viabilidade de confinamento. Segundo a coordenadora de Confinamento da empresa, Amanda Oliveira, a ferramenta avalia a rentabilidade da operação, bem como auxilia o confinador na escolha do melhor sistema (boitel, parceria ou boi próprio) e da melhor opção para negociação do boi gordo.

“Na plataforma da ferramenta são inseridos os dados sobre os animais disponíveis para o confinamento, como peso de entrada, além das informações genéticas, como raça pura ou cruzamentos”, comenta e acrescenta que, em seguida, são computadas as informações sobre custos dos insumos (milho, soja, ureia e núcleo a serem acrescidos na nutrição dos animais), além de dados de consumo, desempenho, margem de diária, valores de compra e venda do boi, tanto no físico quanto no mercado futuro, custos fixos, frete, financeiro sobre o valor imobilizado, dentre outros.

“Por fim, o sistema calcula quanto cada item interfere no custo de produção dos animais e gera relatórios de avaliação de rentabilidade para cada operação”, diz.

 

Por equipe SNA/SP

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