Investir em Inseminação Artificial por Tempo Fixo é pensar em gestão rural da pecuária

Com a adoção e o uso da tecnologia de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), a estação de monta tende a encurtar-se e tornar-se mais eficiente. Foto: Dalízia Aguiar/Divulgação Embrapa

Uma ferramenta de manejo que chegou para agregar à pecuária. Assim os pesquisadores e médicos veterinários Alessandra Nicácio (Embrapa) e José Luiz Moraes Vasconcelos (Unesp-SP) definem a técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Eles vão apresentar seu uso na estação de monta, além dos avanços em gado de corte, durante a terceira edição do Simpósio Repronutri – Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos: a Pesquisa Aplicada ao Campo. Organizado pelo Grupo Repronutri, Embrapa e parceiros, o evento será realizado nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, em Campo Grande (MS).

Os médicos veterinários explicam que com a adoção e o uso da tecnologia, a estação de monta tende a encurtar-se e tornar-se mais eficiente.

“A IATF permite o melhor planejamento dos acasalamentos e, consequentemente, dos partos e demais manejos e atividades que precisam ser realizadas. Quando bem conduzida traz muitos benefícios”, afirma a pesquisadora da Embrapa Alessandra Nicácio. “Atualmente, somente cerca de 10% das vacas emprenham pela técnica. É pouco pelo seu potencial”, observa o professor da Unesp (SP) José Vasconcelos.

 

VARIEDADES

Os números explicam-se, pois existem propriedades rurais onde o sistema de estação de monta não acontece; existem outras que trabalham por longos períodos, cinco ou seis meses de duração, o que não é aconselhado pelos especialistas.

Também há estabelecimentos que desconhecem os benefícios da ferramenta, por falta de informação ou por considerá-la de alto custo. Entretanto, o investimento tem seu valor e Vasconcelos destaca que o início do retorno econômico acontece, em média, dois anos após o aporte.

Para ele, é uma oportunidade que o produtor tem de melhorar a gestão de sua propriedade e a qualidade da carne que produz.

 

AVALIAÇÃO DE ÍNDICES

Nos estudos em desenvolvimento, Alessandra e equipe trabalham justamente em análises bioeconômicas do uso da IATF. As pesquisas são recentes e estão no primeiro ano de experimento em Campo Grande.

“A ideia é utilizarmos protocolos de IATF e avaliarmos os impactos sobre índices reprodutivos e produtivos, avaliando taxa de prenhez e peso dos bezerros a desmama, por exemplo. A seguir, faremos uma análise econômica para auxiliar o produtor na tomada de decisão”.

Alessandra e Vasconcelos reforçam ainda que além do benefício de a concentração dos acasalamentos e partos, o descarte e a seleção de fêmeas podem ser direcionados e efetivos e, assim, melhora-se a fertilidade do rebanho.

“É de fato uma técnica que possibilita à genética expressar todo o seu potencial”, diz ela.

O 3º Simpósio Repronutri é uma realização do Grupo Repronutri, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Uniderp.

Confira a programação e outras informações no portal do evento.

 

Fonte: Embrapa Gado de Corte com edição d’A Lavoura

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