Entidades comemoram fim do embargo da China à carne bovina do Brasil

“O fim do embargo chinês sobre a carne produzida no Brasil poderá incrementar as exportações de Goiás, que tem na China seu maior parceiro em relação a outros produtos da nossa balança comercial”, diz secretário de Indústria e Comércio de Goiás, William O’Dwyer. Crédito: SIC Goiás
‘O fim do embargo chinês sobre a carne produzida no Brasil poderá incrementar as exportações de Goiás, que tem na China seu maior parceiro em relação a outros produtos da nossa balança comercial’, diz secretário de Indústria e Comércio de Goiás, William O’Dwyer. Crédito: SIC Goiás

 

Terceiro maior produtor de carne, atrás de Rio Grande do Sul e São Paulo, e também terceiro maior exportador de carne do Brasil, perdendo apenas para São Paulo e Mato Grosso, Goiás deve ter suas vendas externas incrementadas nos próximos meses, graças ao fim do embargo chinês à carne bovina brasileira. O país asiático estabeleceu a suspensão em 2012, após o registro de um caso atípico de doença da vaca louca no Estado do Paraná.

“O fim do embargo chinês sobre a carne produzida no Brasil poderá incrementar as exportações de Goiás, que tem na China seu maior parceiro comercial em diversos produtos da nossa balança comercial. Hoje, exportamos bem pouco de carne bovina para o mercado chinês. No primeiro semestre, foram apenas US$ 119 mil (ou 24,8 mil quilos)”, disse o secretário Estadual de Indústria e Comércio (SIC), William O’Dwyer.

“Diante deste novo cenário (com o fim do embargo), acreditamos que esse mercado poderá se tornar em um ramo de negócios promissor. É certo que haverá incrementos e impactos positivos na balança comercial do Estado já nos próximos meses”, espera.

Até por causa do embargo, as aves são o carro-chefe da exportação de carnes de Goiás para a China. No primeiro semestre, as exportações deste item da balança comercial, sozinhas, somaram US$ 24,7 milhões.

“É importante ressaltar que, ainda nos primeiros seis meses de 2014, a China se configurou como o principal parceiro econômico de Goiás no comércio exterior. O país respondeu por 39% das exportações do Estado”, informa O’Dwyer.

Somente as vendas para os chineses, no primeiro semestre deste ano, injetaram na economia goiana US$ 1,425 bilhão. Os principais produtos exportados para o país asiático foram soja, couro, ferroligas, aves, açúcar e farmacêuticos.

De modo geral, os principais compradores de carne bovina goiana foram Rússia, Egito e Chile. Goiás é o terceiro maior exportador (ficando atrás de São Paulo e Mato Grosso) e terceiro maior produtor também (perdendo para Rio Grande do Sul e São Paulo).

MATO GROSSO

Segundo maior exportador de carne do País, o Estado de Mato Grosso também irá se beneficiar com o fim do embargo chinês à carne brasileira, segundo o diretor de Relações Institucionais da Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini.

 

“Outro ponto importante do fim do embargo é que agora as exportações serão feitas diretamente para a China, já que antes, tudo passava por Hong Kong”, ressalta o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini. Crédito: Ascom Famato
‘Outro ponto importante do fim do embargo é que agora as exportações serão feitas diretamente para a China, já que antes, tudo passava por Hong Kong’, ressalta o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini. Crédito: Ascom Famato

 

Recebemos com muito otimismo a notícia do fim do embargo chinês à carne brasileira. Embora não seja um de nossos principais compradores do produto, enxergamos na China um mercado com enorme potencial. Outro ponto importante do fim do embargo é que agora as exportações serão feitas diretamente para a China, já que, antes, tudo passava por Hong Kong. Com isso, poderemos aumentar nossas vendas diretas ao país e temos a oportunidade de expandir este mercado tão promissor.”

De acordo com Romanini, em 2012, último ano em que exportou para a China antes do embargo, Mato Grosso embarcou para o país asiático 4,3 mil TEC (tonelada de equivalente carcaça), “volume que representou 1,94% do total de exportações matogrossenses de carne naquele ano”.

“Em números não temos ainda como estimar um crescimento (quanto à exportação de carne à China), porém nossa expectativa é que isso vá ocorrer de forma significativa. Levando-se em consideração o aumento da população chinesa e o crescimento do consumo de carne bovina no país, a China deve consumir muita carne nos próximos anos e estamos preparados para acompanhar o aumento desta demanda”, garante Romanini.

MATO GROSSO DO SUL

Embora não exporte carne bovina diretamente para a China e, sim, para Hong Kong (país vizinho), mas esteja nos planos da região, a Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul) também comemora a decisão do país asiático, como destaca Adriana Mascarenhas, gestora da unidade econômica da entidade.

“Mato Grosso do Sul não exporta diretamente para a China. Já Hong Kong ocupa o segundo lugar no ranking dos principais importadores de carne bovina sul-matogrossense, de onde, somente no mês de junho, importou 1,6 mil toneladas”, informa.

BRASIL

O anúncio do fim do embargo da China à carne do Brasil foi feito pelo ministro Neri Geller, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no dia 17 de julho. As vendas externas foram suspensas em 2012 por causa da suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da vaca louca, em um animal morto em 2010, no município de Sertanópolis (PR).

A China vinha sustentando o embargo às exportações da carne brasileira mesmo após  a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) manter o Brasil na classificação de “risco insignificante” em relação à doença.

De acordo com o Mapa, posteriormente foi comprovado que o caso era atípico, menos perigoso que a variedade clássica da doença. Durante coletiva, Geller informou que o entendimento com a China foi oficializado durante a reunião do presidente chinêsm Xi Jinping, com a presidente Dilma Rousseff. Com isso, as exportações de carne bovina devem recomeçar ainda este ano.

Para tanto, o Ministério da Agricultura espera pelo comunicado oficial da defesa sanitária chinesa para retomar as vendas, o que está previsto para acontecer em um mês. Em um primeiro momento, de acordo com o órgão, oito frigoríficos brasileiros já têm autorização para exportar para a China; e outros nove já solicitaram o credenciamento.

 

Por equipe SNA/RJ

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