Em movimento de correção, dólar fecha em alta, acompanhando o exterior

O dólar comercial fechou em alta de 0,58%, cotado a R$ 3,2282 para compra e a R$ 3,2289 para venda, com máxima a R$ 3,2386 e mínima a R$ 3,2134, depois de acumular perdas de 3,14% no ano até ontem, em movimento de correção, influenciado pelo movimento de alta no exterior e o recuo dos preços das commodities.

“O dólar testou o nível técnico e psicológico de R$ 3,20”, disse o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, para quem apenas mais fluxo de capitais ou queda do dólar no exterior seriam capazes de fazer a divisa norte-americana romper esse suporte.

Na véspera, o dólar flertou com o patamar de R$ 3,19, numa sessão em que predominou a tendência de baixa, só revertida na reta final com fluxo comprador atraído pelos níveis de preços.

No mercado internacional, por volta das 17h40 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava praticamente estável, em alta de 0,02%, cotado aos 90,15 pontos, enquanto o euro estava também em leve alta de 0,07%, cotado a US$ 1,2274.

A moeda única deu uma pausa depois de ter avançado com força diante do otimismo com o cenário econômico para a zona do euro e expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) reduza seu estímulo monetário.

“Além disso, as commodities tiveram um dia de quedas, influenciando na correção do dólar”, disse o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local. Os preços do petróleo e dos metais caíam nesta sessão.

Como pano de fundo, o mercado continua cautelosos diante das negociações que o governo do Presidente Michel Temer tem de fazer para garantir a votação da reforma da Previdência no mês que vem.

A matéria é considerada essencial para colocar as contas públicas do País em ordem e os atrasos na sua votação acabaram por levar o Brasil a ser rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s na semana passada.

Juros futuros de longo prazo sobem com alta do dólar

Os DIs de prazos mais longos subiram na BM&F nesta terça-feira (16), num dia de elevação de taxas em vários mercados de renda fixa de países emergentes. O movimento foi puxado pelo câmbio, com boa alta do dólar aqui, reflexo da tomada de fôlego da moeda no exterior.

A oscilação dos DIs nesta terça-feira refletiu também um ajuste técnico depois de dias de firmes quedas. O cenário basíco, porém, se mantém, com a expectativa de que a demanda no mundo por ativos de risco se mantenha.

No Brasil, o grande foco é o julgamento do ex-presidente Lula, marcado para a quarta-feira da semana que vem. Investidores contam com a condenação do ex-presidente, o que o impediria de concorrer às eleições de 2018. Nesse sentido, o mercado comentou hoje as declarações da presidente do PT, Gleisi Hoffman de que Lula prepara nova carta aos brasileiros. Em 2002, o petista usou a mesma estratégia para acalmar os mercados; na época também temerosos quanto às políticas econômicas do governo do PT.

Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 operava estável a 6,895% ao ano. O DI janeiro/2020 subia para 8,030% (8,02% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 avançava para 8,900% (8,86% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2023 estava cotado a 9,690% (9,64% no ajuste anterior).

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