Edição 710 d’A Lavoura destaca ‘Indicação Geográfica: O diferencial de Franca’

Com a certificação em Indicação de Procedência (IP), os calçados confeccionados no polo produtor de Franca tiveram grande valorização no mercado. Foto: Divulgação Sindifranca/A Lavoura nº 710/2015

A cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo, obteve reconhecimento pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) como Indicação Geográfica (IG) em 2012, por ser um dos polos mais importantes na confecção de calçados de qualidade do Brasil. Com a certificação em Indicação de Procedência (IP), os calçados confeccionados no polo produtor de Franca tiveram grande valorização no mercado.

Para o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), a conquista representa o diferencial e protege seus produtos de possíveis semelhantes, que não seguem as especificações na produção de calçados como os deste polo paulista.

Mesmo sendo uma tradição da cidade, somente em meados dos anos 1960, os produtores sentiram necessidade de formar uma associação que defendesse os interesses intrínsecos do setor calçadista. Conquistar a representatividade de um setor frente ao poder público foi, no decorrer de longos anos, uma luta pela sobrevivência de toda a cidade.

CLUSTER COMPLETO

De acordo com publicação do ano de 2015, na edição nº 710 da Revista A Lavoura, Franca conta com um cluster completo para produção de calçados. A cidade concentra empresas que desenvolvem produtos específicos para cada etapa da produção: de borracha e solados, curtumes e couro, matrizes e fôrmas, palmilhas, cadarços e zíperes, cartonagem para a produção de caixas, máquinas e equipamentos, até as fábricas propriamente ditas.

A união de todas essas indústrias em um único local é que faz do município um polo produtivo especializado e com vantagens competitivas. Há ainda toda a estrutura para a formação dos trabalhadores desse conglomerado produtivo. o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) treina sapateiros de todas as idades. Os estudantes passam pelas etapas de produção, trabalhando diretamente nas máquinas para ganhar experiência.

A unidade de Franca dispõe também do mais completo e moderno Núcleo de Tecnologia e Design do Couro e do Calçado da América Latina, que oferece referenciais para a criação de produtos, contribuindo para sua valorização. Além disso, a cidade tem instaladas seis Etecs (Escola Técnica Estadual), uma Fatec (Faculdade de Tecnologias) e duas universidades, que oferecem cursos de tecnologia, moda e gestão, voltados para a capacitação aplicada ao setor calçadista.

COURO
Até a metade do século passado, todos os sapatos eram feitos de couro. Com o encarecimento desta matéria-prima, e a descoberta de materiais sintéticos e naturais como alternativas, o couro passou a compor apenas produtos de maior valor agregado, especialmente os ligados à excelência de qualidade.

A Indústria Calçadista de Franca é mundialmente conhecida pela produção de sapatos masculinos de couro. Para isso, mantém o diferencial de conservar etapas artesanais do processo produtivo que é parte da herança cultural de quase 200 anos de especialização.

NÚMEROS

Segundo relatórios de 2015 do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, a região possuía (em 2015) em torno de 1015 empresas da cadeia calçadista, sendo que aproximadamente 500 eram, naquele ano, indústrias de calçados, as quais empregavam diretamente quase 25 mil pessoas.

Na mesma época, estimava-se que um terço da população (318 mil habitantes – IBGE, 2010) dependia diretamente do setor calçadista, entre empresas fornecedoras de insumos e serviços, representantes comerciais, entre outros. Em 2015, Franca foi a cidade que mais gerou emprego no brasil e a expectativa é que produza cerca de 31,5 milhões de pares de sapato e exportando em torno de 540.010 de pares de calçados para 77 países.

HISTÓRIA E PRODUÇÃO

Primordialmente industrial há mais de 100 anos, a cidade de Franca destaca-se como um dos mais importantes e tradicionais polos calçadista do País, caracterizado como um cluster típico, possuindo a cadeia completa para a produção de calçados no município.

Durante a década de 1970, a produção de calçados viveu sua fase de glória, com o aumento crescente das exportações principalmente os masculinos de couro. A excelência de qualidade demandada pelo mercado externo, determinou o modo “francano” de produção de calçados, cujo alto padrão perdura até os dias de hoje.

Nos anos de 1980, devido a mudanças políticas econômicas brasileiras, somada a globalização, Franca passou por uma reestruturação. Grandes empresas encerraram suas atividades, e vários operários se tornaram pequenos empresários.

Com as constantes quedas nas importações de calçados finos de países tradicionais produtores, como a Itália, a partir do início do século 21, as fábricas locais voltaram-se também para o mercado interno e atualmente Franca produz não apenas o calçado masculino, mas igualmente, o feminino e o infantil.

OUTROS DESTAQUES

A edição nº 710/2015 da Revista A Lavoura traz outros destaques, como as técnicas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Veja abaixo!

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