Da celulose ao hortifruti, Bolsão de Mato Grosso do Sul investe em novos mercados

A região leste, conhecida como o Bolsão de Mato Grosso do Sul, que antes era caracterizada pela pecuária de corte, e na última década se consagrou como o berço da produção do papel e celulose no estado, agora desponta para novos mercados. No assentamento Serra, em Paranaíba, 30 agricultores decidiram apostar na produção de hortifrúti e, hoje, literalmente, colhem os frutos desse trabalho.

“Inicialmente, em 2015, os produtores realizaram o curso de plantio e manejo de maracujá, oferecido pelo Senar/MS. Eles ficaram tão animados com o aprendizado que solicitaram ao Sindicato Rural de Paranaíba algum acompanhamento técnico nesta cultura para o assentamento”, disse Francisco Paredes, gestor do Departamento de Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

“Com isso, o sindicato entrou em contato com o nosso departamento solicitando que o programa de ATeG Hortifruti Legal fosse instalado na região, onde esse trabalho deu certo e cresceu muito até este momento”.

O maracujá, carro-chefe da produção desses agricultores, antes atendia o mercado local e uma fábrica de polpas em Aparecida do Taboado. Atualmente, a fruta já é destinada ao interior do Estado de São Paulo, principalmente no município de Jales.

Já a produção do tomate e do repolho atinge os consumidores de Paranaíba, Cassilândia e região. “A região leste é caracterizada pela pecuária e pelo segmento florestal. O hortifruti vem complementar essas cadeias como diversificação do negócio, uma vez que para essa atividade é preciso uma área menor, onde o produtor consegue alternativa de renda e agrega valor à propriedade e ao produto”, explicou Paredes.

Para comprovar o sucesso que a produção de frutas, legumes e verduras vem alcançando, o Senar/MS e o Sindicato Rural de Paranaíba realizaram, nessa sexta-feira (17/11), o primeiro dia de campo do Programa Hortifruti Legal, no Sítio São José, localizado no assentamento Serra.

“Tem de acreditar e se dedicar. Hoje envolvo toda a minha família no dia a dia da propriedade. O leite, que antes era minha principal fonte de renda, passou a ser complementar. Hoje produzo maracujá, alface, tomate, repolho, abobrinha verde, e tive um incremento de 60% na receita”, disse a agricultora Marinês Barbosa.

Foram mobilizados produtores de 13 municípios: Paranaíba, Figueirão, Alcinópolis, Costa Rica, Cassilândia, Chapadão do Sul, Inocência, Três Lagoas, Selvíria, Nova Andradina, Anaurilândia, Ribas do Rio Pardo, Aparecida do Taboado e Água Clara.

O presidente do Sindicato Rural de Paranaíba, Nilo Ferraz, destaca que o evento é importante para a troca de experiência e resultados satisfatórios. “É possível produzir por meio da assistência técnica de qualidade. É uma forma de viabilizar, não apenas a disponibilidade de terras, mas principalmente a geração de conhecimento para aumentar o potencial produtivo dessas áreas”. Ferraz acrescentou ainda que “por isso, o sindicato rural é um grande parceiro desses produtores, principalmente para aproximar o campo com o mercado consumidor na cidade”.

“A orientação do Senar/MS é fundamental para o desenvolvimento dessas empresas no campo, que capacita e transforma a vida do produtor, e mais ainda das famílias rurais”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Cassilândia, Cilas Alberto de Souza.

Participaram do dia de campo ainda o Coordenador do Programa Hortifruti Legal do Senar/MS, Dorly Pavei, o coordenador regional da Agraer, Idelbrando Francisco de Oliveira, o secretário de Agricultura e Pecuária de Paranaíba, Cláudio Agi, e o vereador Ailson Antonio de Freitas Silva. A iniciativa contou com o apoio institucional do Sistema Famasul, Sebrae/MS e da Agraer – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural.

 

Fonte: Famasul

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp