Custo interno afeta as exportações brasileiras

Marcio Sette Fortes, diretor da SNA

O diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Marcio Sette Fortes, disse que os custos gerados internamente no Brasil estão encarecendo cada vez mais os produtos destinados à exportação – fato que constitui um grande obstáculo para a economia do país.

Segundo Fortes, o primeiro entrave está relacionado ao excesso de regulação e burocracia. “Existe um número excessivo de órgãos que normatizam de maneira compulsiva, e isso provoca atrasos, produz despesas desnecessárias e abre espaço para a corrupção”. A liberdade fiscal seria um segundo gargalo, de acordo com o diretor da SNA. “A ausência dessa dimensão da liberdade econômica indica, por meio da proporção da carga tributária sobre o PIB, que o Brasil é um país desenvolvido, e não em desenvolvimento”. Por fim, a infraestrutura é apontada como fator relevante. “Temos infraestrutura de país de primeiro mundo, só que do século XIX. O Brasil parou no tempo, mas, pelo menos, nesse aspecto, muito tem sido feito”, observou.

Em relação às demandas externas, o diretor aposta atual na safra do milho. “A seca nos Estados Unidos dá uma idéia do potencial que o milho poderá trazer, também em reação ao etanol e às usinas que brevemente estarão de portas fechadas naquele país. A safra por aqui, em contrapartida, é recorde” – declarou Marcio Fortes, que descarta maiores impactos sobre a economia brasileira, advindos da crise europeia. “Por sorte, desde o governo Lula, o Brasil implementou uma política de diversificação de parceiros comerciais, e isso conferiu maior importância àqueles não tradicionais, o que reduz o risco comercial”.

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