Crise de escassez de milho não se repetirá em 2017, diz presidente da Faesc

“Com tanto milho no mundo, as exportações brasileiras serão menores”, prevê o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, acrescentando que “portanto, teremos milho farto e a preços acessíveis no mercado doméstico”
“Com tanto milho no mundo, as exportações brasileiras serão menores”, prevê o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, acrescentando que “portanto, teremos milho farto e a preços acessíveis no mercado doméstico”. Foto: Divulgação

O mercado agrícola catarinense não viverá, neste ano, o drama da escassez acentuada de milho e o encarecimento da produção de carnes que, em 2016, derrubou a rentabilidade das indústrias de processamento de aves e de suínos. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, assinala que o Brasil colherá cerca de 90 milhões de toneladas do grão (30 milhões na safra e 60 milhões na safrinha) para um consumo interno de 55 milhões de toneladas.

Na safra 2015/2016, vários fatores contribuíram para o aumento acelerado do preço do milho no Brasil: quebra na produção superior a 10% desencadeada por fatores climáticos (fenômeno El Niño) e o crescimento da exportação. A saca de 60 kgchegou a registrar 65% de aumento.

Um terceiro fator foi a migração para a soja, um produto com grande liquidez no mercado de commodities, menor custo de produção e melhor remuneração final aos agricultores. Enquanto a saca de milho valia entre 35 e 40 reais, a de soja valia 70 reais. Além disso, 40% do milho que SC produz se destinam a silagem, portanto, não sai da propriedade e é utilizado na nutrição animal do gado leiteiro.

Neste ano, o mercado mundial encontra-se com grandes estoques em face da excelente safra norte-americana, de 380 milhões de toneladas. O chamado “estoque de passagem” no fim de ano – 210 milhões de toneladas – foi um dos maiores da história.

“Com tanto milho no mundo, as exportações brasileiras serão menores”, prevê Pedrozo. “Portanto, teremos milho farto e a preços acessíveis no mercado doméstico”.

 

ALERTA

O dirigente, entretanto, alerta que, se por um lado as agroindústrias da carne não serão atormentadas pela falta de milho, por outro, é necessário assegurar preços que remunerem adequadamente o produtor. Se isso não ocorrer, a gangorra da alternância entre escassez e alta oferta se repetirá. O preço atual (R$ 32,00) ainda é compensador.

O problema é histórico: em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas. Nesses dez anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente. Em 2015/2016, foram cultivados 372 mil hectares de lavouras para uma produção estimada em 2,7 milhões de toneladas. Por isso, Santa Catarina é o Estado brasileiro que mais importa milho – entre 3 milhões e 3,5 milhões de toneladas/ano.

O milho é um dos principais insumos para o funcionamento da gigantesca cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura que sustenta o mais avançado parque agroindustrial do Brasil. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de um bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômico.

 

Fonte: Assessoria de comunicação da Faesc

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