Café: balanço semanal do CNC

Defensivos Agrícolas

O Conselho Nacional do Café, atendendo a um pedido feito em audiência pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, senadora Kátia Abreu, encaminhou uma lista atualizada dos agrotóxicos para utilização na atividade cafeeira com registro pendente no Mapa, solicitando agilidade na liberação dos defensivos.

A relação foi elaborada com base nas prioridades de combate aos principais problemas fitossanitários enfrentados pelo setor produtor da cafeicultura nacional e conta com 26 produtos aguardando registro. Entre as pragas e doenças que poderão ser combatidas mediante a aprovação de nosso pleito, encontram-se, prioritariamente: (i) broca do café; (ii) bicho mineiro; (iii) ervas daninhas (produtos sem o ingrediente ativo Glifosato); (iv) ferrugem; (v) cercóspora; e (vi) nematoides.

No documento, o CNC destacou a importância do registro do máximo possível de ingredientes ativos diferentes para o combate à broca docafé, com o objetivo de mitigar o risco de desenvolvimento de resistência por esta danosa praga, bem como de reduzir os custos de produção. O Conselho Nacional do Café também salientou a necessidade de herbicidas eficientes no controle das plantas daninhas, haja vista a decisão da União Europeia de reduzir os limites aceitáveis de resíduos de glifosato nos cafés importados.

Explicamos, ainda, que a disponibilização de mais produtos eficientes no controle das principais pragas e doenças do café no mercado estimula a concorrência comercial, que tende a reduzir os preços que os produtores pagam pelos defensivos. Além disso, somente viabilizando o acesso dos cafeicultores a mais opções tecnológicas para o controle das principais pragas de suas lavouras será garantida a preservação da competitividade e da sanidade do maior parque cafeeiro do mundo.

Oferta, Demanda e Preços

A Organização Internacional do Café (OIC) destacou que a demanda global pelo produto continua vertiginosa, com o consumo no mundo podendo ter alcançado 149.3 milhões de sacas de 60 kg em 2014, o que implica um crescimento médio anual de 2,3% nos últimos quatro anos. Esta crescente procura, aliada a duas menores safras seguidas do Brasil, tende a ser um fator de alta dos preços no mercado, entretanto o CNC recorda que os produtores não devem trabalhar com especulações, haja vista que, na maioria das vezes, são os mais prejudicados.

O que recomendamos é que os cafeicultores tenham ciência de seus reais custos de produção e, ao observarem as cotações remuneratórias desejadas, realizem alguns negócios, angariando lucros e não ficando reféns dos picos de baixa enquanto esperam as máximas que poderão ocorrer somente quando não mais possuírem o produto.

O Conselho Nacional do Café passa essa orientação porque entende que o mercado cafeeiro se movimenta influenciado muito além dos fatores fundamentais, sofrendo impactos da macroeconomia e de outros mercados com mais peso que o das soft commodities.

Além disso, mesmo com a redução na produção de café do Brasil em 2014 e 2015, acreditamos que o País terá produto suficiente para honrar seus compromissos de exportação e consumo. Dessa maneira, reiteramos que não há espaço para que os produtores entrem no jogo das especulações e corram riscos além dos que a própria atividade já proporciona.

Mercado

Na semana mais curta no Brasil, devido ao feriado prolongado do Dia de Tiradentes, os preços futuros do café arábica sustentaram-se acima dos US$ 1,40 a libra-peso. Na ausência de novidades, os agentes de mercado aguardam o início da colheita brasileira, que ganhará volume nas próximas semanas.

A continuidade da tendência de enfraquecimento do dólar tem contribuído para a sustentação das cotações internacionais do café. Ontem, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,9816, acumulando queda de 2% na semana.

Na ICE Futures US, as rolagens de posição para o vencimento julho encerraram-se na quarta-feira, quando começou o período de notificação de entrega do contrato maio. O vencimento julho do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,415 a libra-peso, com variação positiva de 10 pontos em relação à sexta-feira passada. A cobertura de posição vendida por especuladores e fundos de investimento também auxiliou essa tendência.

As cotações do robusta, na ICE Futures Europe, também acumularam discreta valorização. No fechamento de ontem, o vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.830,00 a tonelada, com ganhos de US$ 4,00 na semana.

O mercado físico brasileiro apresentou maior movimentação após o feriado, refletindo o cenário internacional. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 450,88/saca e a R$ 295,91/saca, respectivamente, com variação de -0,3% e -0,4% em relação à última sexta-feira.

O CEPEA também destacou que os preços do café conilon têm apresentado tendência de enfraquecimento no mês de abril, pressionados pela entrada dos lotes da safra 2015/16. Segundo a instituição, ainda restam cerca de 20% dos grãos da safra passada capixaba (2014/15) para serem negociados. Esse café apresenta qualidade superior à dos primeiros lotes da nova safra, que foi afetada pela estiagem. Em Rondônia, praticamente todo o volume colhido no ano anterior já foi comercializado e a nova safra (2015/16) tem sido prejudicada por chuvas e elevado número de grãos verdes nos pés.

 

Fonte: Conselho Nacional do Café

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