Barato e eficaz, coletor solar elimina contaminação do solo

Equipamento foi desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente e pode ser construído até com sucata. Foto: Raquel Ghini/Embrapa Meio Ambiente
Equipamento foi desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente e pode ser construído até com sucata. Foto: Raquel Ghini/Embrapa Meio Ambiente

Produzido com materiais de baixo custo ou até mesmo sucata, o coletor solar é um equipamento simples e que cumpre com eficácia a missão de desinfectar a terra ou substrato usado para a produção de mudas em viveiros. Sua eficiência chega a 100% de eliminação dos patógenos presentes no solo.

Desenvolvido pela equipe de pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente o coletor, que pode ser construído pelo próprio agricultor, é capaz de prevenir enormes prejuízos sanitários às lavouras utilizando apenas a energia solar. Evitar a contaminação de nematóides, por exemplo, é um desses benefícios.

Os gastos necessários para controlar problemas sanitários. depois de chegarem e se alastrarem pelas lavouras. podem ser infinitamente mais elevados e trabalhosos.

O coletor solar foi desenvolvido para desinfestar substratos utilizados para produção de mudas em viveiros de plantas, com o uso da energia solar. O coletor tem a finalidade de controlar as doenças causadas por microrganismos habitantes do solo em substituição a produtos químicos que contaminam o ambiente e causam riscos aos agricultores.

O equipamento consiste, basicamente, de uma caixa de madeira com tubos metálicos e uma cobertura de plástico transparente, que permite a entrada dos raios solares. O solo é colocado nos tubos pela abertura superior e, após o tratamento de um dia de radiação plena, é retirado pela inferior, através do efeito da gravidade, e pode ser imediatamente utilizado.

O equipamento, quando comparado com outros sistemas tradicionais de desinfestação (autoclaves, fornos à lenha ou aplicação de brometo de metila) apresenta diversas vantagens: não consome energia elétrica ou lenha, é de fácil manutenção e construção, não apresenta riscos para o operador e tem baixo custo.

O uso do coletor, além disso, permite a sobrevivência de microrganismos termotolerantes benéficos que impedem a reinfestação pelo patógeno, o que não ocorre nos tratamentos com brometo de metila e autoclaves que esterilizam o solo, criando um “vácuo biológico”.

DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

O coletor solar consiste, basicamente, de uma caixa de madeira (1 x 1,5 m) que contém seis tubos metálicos e uma cobertura de plástico transparente, que permite a entrada dos raios solares (Figura 2) (Ghini & Bettiol, 1991 e Ghini, 1997).

A madeira, ou compensado naval, deve ser de boa qualidade e envernizada ou pintada com tinta a óleo, para aumentar a durabilidade do equipamento. Deve-se procurar adquirir madeira certificada, de acordo com normas técnicas de manejo florestal sustentável.

O fundo da caixa é construído com madeira ou compensado, e uma chapa metálica (de alumínio ou chapa galvanizada). A colocação de isolantes térmicos (isopor, lã de vidro) no fundo do coletor (entre a chapa de alumínio e a madeira) auxilia a retenção do calor no interior da caixa, porém não é indispensável. Quanto menor a perda de calor, mais eficiente será o tratamento.

fig1

fig2

fig3

Fonte: Portal Dia de Campo com informações da Embrapa

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