Arco Norte atrai investidores em logística

Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso
Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso

 

As empresas estão interessadas em investir na instalação de terminais na região do Arco Norte, devido aos problemas existentes nos portos do Sul do país, tanto em Santos como em Paranaguá, principalmente no que diz respeito ao congestionamento de navios e ao tempo que ficam parados, aguardando para acostar. A afirmação é do diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, lembrando que na safra 2012/13, ao largo de Santos, chegou a ter 120 navios aguardando para serem carregados.

“Muitos ficaram 62 dias parados, com despesas diárias de US$ 35 mil a US$ 40 mil. Quanto dá isso? Então, para eles, é muito melhor investir lá no Norte, porque não tem problema de demora. É o navio chegar, acostar, carregar e ir embora”, disse.

Das três rotas de escoamento da produção pelo Arco Norte, uma já está em pleno funcionamento. Trata-se da rota da BR-364, no sentido Porto Velho-RO, que facilitou o transporte de grãos até as hidrovias.

“São duas estações de transbordo de carga. As barcaças descem os rios Madeira e Amazonas, embarcam em navios em Itaquatiara-AM e em Santarém-PA. Esta rota transportou 4 milhões de toneladas, no ano passado, e,neste ano, estimamos que ela deve transportar 4,7 milhões de toneladas. Já é uma rota consagrada”, esclareceu.

A segunda, explicou Edeon Vaz, “ é a da BR-158 até Redenção-PA, de onde, por rodovias estaduais do Pará e do Tocantins, alcançamos a cidade de Colinas do Tocantins, e, de lá, chegamos ao terminal de Almirante, na ferrovia Norte-Sul – esta rota é rodoviária até o terminal de Almirante e, a partir daí, ferroviária, pela ferrovia Norte-Sul. Vai, então, até Açailândia-MA, por meio da ferrovia dos Carajás, até o Porto de Itaqui, lá no “cantão” da Madeira. Por esta rota, no ano passado, foram transportadas 800 mil toneladas nesta rota e, neste ano, devemos chegar a 1,5 milhão de toneladas”.

ROTA IMPORTANTE

Já a terceira rota, considerada muito importante pelo diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, é a da BR-163, que dá acesso a uma estação de transbordo de carga em Miritituba, um distrito da cidade de Itaituba-PA, na margem direita do rio Tapajós, onde se iniciou as operações no terminal da Bunge, que tem projetos para a implantação de mais nove terminais. Serão dez terminais entre Miritituba e uma localidade chamada Santarenzinho – alguns já com licença de instalação, outros com licença prévia.

Segundo Edeon Vaz, “todos estes projetos têm participação da iniciativa privada e passam por várias fases. Em Santarém, trata-se de um porto, e não de uma estação de transbordo de carga, que recebe produtos de Porto Velho, 1,5 milhão de toneladas e, também, por caminhão, pela BR-163, mais de 600 mil toneladas. Estima-se que, neste ano, já com o funcionamento do Terminal Bunge, serão 2 milhões de toneladas em Mirituba e 1 milhão de toneladas em Santarém”.

MOVIMENTO PRÓ-LOGÍSTICA

O Movimento Pró-Logística de Mato tem como objetivo a redução dos custos de frete para o estado do Mato Grosso e, para isso, foram articuladassoluções de alternativas de infraestrutura junto aos Poderes Executivo e Legislativo e, quando necessário, o Judiciário. 
É formado por dez entidades de classe:a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja);a Associação Mato-grossensedos Produtores deAlgodão (Ampa);a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat);a Organização das Cooperativas Brasileiras – Seção Mato Grosso (OCB/MT); a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato); a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT); a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FECOMÉRCIO); a ONG Instituto Ação Verde; a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM); e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

Inicialmente, foram priorizadas cinco grandes obras. A conclusão da BR-163, no trecho Mato Grosso- Santarém, no Pará; a pavimentação da BR-158, no trecho do Mato Grosso; a implantação da BR-242, ligando a BR-163 à BR-158; a implantação da FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste); e a implementação da hidrovia Teles Pires-Tapajós. Depois, incorporamos outras prioridades, como a implantação da BR-080, ligando Ribeirão Cascalheira a São Miguel do Araguaia, em Goiás; a implementação da hidrovia do Paraguai e dos portos do Norte e, assim, desenvolvendo ações para a implantação dos portos e estação de transbordo de cargas da região Norte do Brasil.

O movimento, a partir de então, explicou Edeon Vaz, mobilizou-se para atender todas essas demandas.

“Conseguimos que todas estas iniciativas estejam em obras, sendo algumas em fase de estudo efetivo e, outras, em estudo viabilizado em técnica, econômica e ambientalmente”, finalizou

Por Equipe SNA/SP

 

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