‘Recorde da exportação de soja e milho é incomum para um 1º trimestre’, diz Hélio Sirimarco

“Os embarques da soja, nos três primeiros meses de 2016, foram impulsionados pelos volumes registrados em março, que atingiram patamares históricos para o mês: 8,37 milhões de toneladas, com a colheita já em estágio avançado”, comenta o vice-presidente da SNA Hélio Sirimarco. Foto: Arquivo SNA
“Os embarques da soja, nos três primeiros meses de 2016, foram impulsionados pelos volumes registrados em março, que atingiram patamares históricos para o mês: 8.37 milhões de toneladas, com a colheita já em estágio avançado”, comenta o vice-presidente da SNA Hélio Sirimarco. Foto: Arquivo SNA

As exportações brasileiras de soja aumentaram mais de 65% em volume no primeiro trimestre deste ano, chegando a 10.77 milhões de toneladas. Já as vendas externas de milho atingiram a impressionante marca de crescimento de 138,5%, ao negociar 11.8 milhões de toneladas em igual período.

Este “recorde da exportação de soja e milho é incomum para um primeiro trimestre de ano”, avalia o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco. O desempenho de ambas as commodities foi divulgado, no último dia 31 de março, pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Segundo Sirimarco, os embarques da soja, nos três primeiros meses de 2016, foram impulsionados pelos volumes registrados em março, que atingiram patamares históricos para o mês: 8.37 milhões de toneladas, com a colheita já em estágio avançado. “Fazendo um comparativo, o mesmo recorde deste primeiro trimestre de 2016 só foi atingido em junho do ano passado.”

Comparando o cenário do milho ao da soja, ele afirma que “o fenômeno é análogo, graças ao recorde de exportações e ao elevado percentual de vendas antecipadas da ‘safrinha’ (cerca de 50%), que está sendo plantada agora”.

 

DÓLAR

Ele reforça que “estes números, para um primeiro trimestre de ano, são realmente atípicos e o grande responsável foi o dólar”. “A valorização da moeda norte-americana, registrada no segundo semestre de 2015, contribuiu para encarecer os produtos agrícolas dos Estados Unidos e baratear os do Brasil para os importadores. Com a Argentina, à época fora do mercado por questões políticas, os importadores se direcionaram para nosso País”, disse Sirimarco.

Sobre a situação argentina, o vice-presidente da SNA diz que o país vizinho estava “fora do mercado” porque, no primeiro trimestre de 2016, passou pela transição política do governo de Cristina Kirchner para Mauricio Macrim, que assumiu a presidência daquela nação em janeiro passado.

Segundo análise de Sirimarco, esta situação dos EUA e da Argentina fez com que “o volume de vendas antecipadas da safra 2015/16 da soja atingisse a marca de 75%, um percentual muito elevado”. “Estas vendas começaram a ser embarcadas em março, o que explica o grande volume de exportações.”

Em relação ao milho, ele destaca que o elevado volume de exportações “fez com que os estoques se reduzissem de forma drástica”. “Com a demanda interna aquecida, os preços estão batendo recordes no mercado interno. Por já ter antecipado boa parte das vendas da safrinha, algo em torno de 50%, o produtor se retraiu, forçando as indústrias do setor de carnes a importar milho da Argentina e do Paraguai.”

 

Por equipe SNA/RJ

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