A Lavoura nº 701 alerta: ‘Helicoverpa, a guerra continua’

Controle biológico da Helicoverpa armigera com parasitoide evita a contaminação decorrente dos inseticidas no solo, nos cursos d’água e para quem aplica o produto. Foto: Divulgação A Lavoura – Edição nº 701/2014

Um exército composto de vírus, parasitoides e feromônios está entre as novidades disponíveis ao produtor para combater a lagarta Helicoverpa armigera. É o caso do parasitoide Trichogramma pretiosum, vespa e inimigo natural, capaz de atacar mariposas e ovos da praga que vem tirando o sono e a renda dos sojicultores, desde a safra passada.

Distribuídos no Brasil pela Bug Agentes biológicos, 45 bilhões de Trichogrammas estão indo para o campo de batalha apenas nesta safra de soja (2013/2014), em cerca de 150 mil hectares. É o que publicou a Revista A Lavoura – Edição nº 701/2014 (páginas 54 a 57), portanto, os dados se referem àquele ano.

Para chegar a esse número, foi feito um cálculo a partir da recomendação de liberação de 100 mil vespas por hectare em cada liberação. O ideal é fazer três liberações de vespas no período vegetativo e duas na fase reprodutiva da soja, na proporção de 40% e 60%, respectivamente.

MENOS INSETICIDA, MAIS SUSTENTABILIDADE

Estima-se que, atualmente (dados de 2014, ano da publicação desta reportagem em A Lavoura nº 701), 16 países estejam criando, em massa, quase 20 espécies de Trichogramma para liberações em 18 milhões de hectares. Essas vespas pertencem ao grupo de insetos entomófagos mais usado em diversas nações para o controle biológico.

Elas atuam parasitando os ovos das principais pragas que atacam culturas como soja, algodão, milho e feijão. Além de mais eficiente e econômico (35 reais por liberação – valor de 2014) – no mínimo, 40% mais barato que o inseticida –, o controle biológico da Helicoverpa armigera com o parasitoide evita a contaminação decorrente dos inseticidas no solo, nos cursos d’água e para quem aplica o produto.

Diogo Carvalho, diretor executivo da BU G, conta que em cinco anos de análise dos resultados de campo, houve casos de redução de mais de 50% do uso de inseticida e até de suspensão total do uso do controle químico, como no município de Eduardo Magalhães, na Bahia.

“Em lavouras de feijão irrigado a eficiência chega a 85%”, diz ele ressaltando que, na safra de 2013/14 estava colhendo os resultados do controle biológico nas lavouras de soja.

Quem pensa que a introdução do parasitoide pode provocar um desequilíbrio ambiental está enganado, pois a vespa só se multiplica se houver a praga, ou seja, como é um parasitoide, depende da praga para se reproduzir e só sobrevive se houver ovos para parasitar. Assim, o fim da praga é também o fim do parasitoide.

“Quanto mais o produtor usar, maior será o controle porque haverá mais chance de o parasitoide se instalar nas lavouras. Dessa forma, também estaremos manejando a resistência do inseto ao inseticida”, finaliza Diogo Carvalho.

HELICOVERPA VIRA HISTÓRIA EM QUADRINHOS

“FMC em identificando o inimigo”. Com esse título, uma das principais empresas no segmento de defensivos agrícolas do país, a FMC Agricultural Solutions, criou uma história em quadrinhos, para contar o passo a passo de como fazer a identificação da lagarta e o manejo de outra nova solução tecnológica no combate à Helicoverpa: o feromônio Plato.

Com cadastro obtido nos Estados da Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Maranhão, o feromônio faz parte de uma armadilha, desenvolvida pela FMC, que atrai a mariposa da lagarta, já na fase adulta, o que permite ao agricultor a identificação e monitoramento da praga nas lavouras.

“Os produtores vêm sofrendo em determinar se essa lagarta está presente em sua lavoura e correm o risco de adotar medidas de controle não eficientes”, explica Adriano Roland, gerente de produtos inseticidas da FMC.

“Com o feromônio Plato para Helicoverpa armigera, além de auxiliar na identificação da praga, o produtor poderá definir o melhor o manejo a ser adotado, conseguindo uma melhor proteção da sua lavoura, melhorando sua produtividade e rentabilidade. O produtor vai saber com quem ele está lutando”, acrescenta Roland.

APROVAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Neste campo de batalha, o Diplomata, nome popular para nucleopolyhedrovirus Helicoverpa armigera (HearNPV), é mais uma das novidades que chegam ao mercado. Fabricado na Suíça, o vírus, com distribuição exclusiva da Koppert, obteve, no final do ano passado (em 2013), a aprovação de emergência no Brasil para o combate à lagarta Helicoverpa. A aprovação do Ministério da Agricultura para uso do produto é válida por dois anos.

O Diplomata pertencente à família do baculovírus. Os baculovírus são seguros e não causam riscos à saúde humana, além de não originarem sintomas fitóxicos nas plantas após a aplicação. Ele será utilizado no País não só para o controle da Helicoverpa armigera, como também de outras espécies da lagarta que atingem as lavouras de milho espiga (Helicoverpa zea) e fumo (Helicoverpa virescens).

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Fonte: Revista A Lavoura – Edição nº 701/2014

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