O agronegócio brasileiro seguiu exportando elevado volume no primeiro semestre deste ano, com alta de 16,5% frente ao mesmo período de 2019.
Segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, este cenário, atrelado ao câmbio desvalorizado, resultaram em faturamento de US$ 52 bilhões, um recorde para o período e 11% acima do montante recebido no primeiro semestre de 2019. Em moeda nacional, o faturamento cresceu 32% na mesma comparação.
Pesquisadores do Cepea indicam que o bom desempenho do setor no semestre esteve relacionado aos aumentos nas vendas externas de algodão, açúcar, carnes (suína, bovina e de aves), produtos do complexo da soja (grão, óleo e farelo), etanol e celulose.
No caso do algodão, as vendas externas de pluma têm conseguido manter crescimento, mesmo diante da pandemia do Coronavírus, que tem prejudicado as operações da indústria têxtil.
No primeiro semestre deste ano, o volume de pluma exportado aumentou 64% frente ao mesmo período de 2019, sendo este aumento o mais expressivo dentre os produtos do agronegócio enviados ao mercado internacional.
Quanto ao setor sucroalcooleiro, no período, as vendas externas de açúcar cresceram 48% e as de etanol, 25%, resultado que ameniza as perdas do setor com as quedas das negociações de etanol no mercado brasileiro.
Destino
A China continua ampliando sua importância como principal parceira comercial do agronegócio brasileiro. No primeiro semestre, a participação do país asiático foi de quase 40% do faturamento total recebido pelo Brasil em dólares, seguida pelo grupo de países da Zona do Euro (14,5%) e dos Estados Unidos (5,9%).
Perspectivas
A pandemia de Coronavírus diminuiu o volume geral do comércio entre países. No entanto, o agronegócio brasileiro conseguiu sustentar um ritmo aquecido das vendas externas, já que é um fornecedor de alimentos, fibras e energia.
Neste caso, as vendas neste ano são favorecidas pela forte demanda chinesa, por problemas sanitários em alguns países produtores, pela necessidade de garantia de segurança alimentar e pela desvalorização do real frente ao dólar, que elevou a competitividade de produtos brasileiros.
Desse modo, há grandes chances de que este cenário mantenha o agronegócio brasileiro registrando volume e faturamento recordes no segundo semestre de 2020. Além disso, estão a favor do Brasil a moeda, a oferta de grãos recorde e também o recrudescimento da relação comercial entre China e Estados Unidos.
Cepea