Volume das exportações é recorde, mas preços caem

Não fosse essa retração, o Brasil ultrapassaria em muito o recorde US$ 159 bilhões de receita do ano passad – Imagem de tawatchai07 no Freepik

Os volumes exportados de produtos relacionados ao agronegócio continuam apontando para patamares recordes. Os preços, porém, mantêm tendência de queda nas negociações internacionais.

Não fosse essa retração, o Brasil ultrapassaria em muito o recorde US$ 159 bilhões de receita do ano passado. Os números atuais indicam mais um recorde, mas com expansão menor do que poderia ser.

A líder da Balança Comercial, a soja, com a produção de 155 milhões de toneladas neste ano, atingiu o patamar de 92.8 milhões de toneladas exportadas nos dez primeiros meses do ano, um volume 25% superior ao do mesmo período do ano passado.

Apesar do volume recorde, as receitas têm crescimento menor, com evolução de 12%. Esse descasamento de volume e receitas ocorre devido à queda dos preços da oleaginosa no mercado internacional. As negociações de outubro deste ano foram feitas com redução de 21% nos preços em relação ao mesmo mês de 2022.

A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) também informou forte queda nos preços do milho e do café. As exportações do cereal já totalizam 42.5 milhões de toneladas, 37% a mais do que no ano passado.

Nos próximos dois meses, as exportações brasileiras do produto deverão confirmar o Brasil como o maior exportador mundial de milho neste ano. As receitas, com a queda média de 11% nos preços neste ano, aumentam 22% para US$ 10,6 bilhões.

A arrecadação com o café aumentou para US$ 5.8 bilhões, mas ainda é inferior aos US$ 7 bilhões do ano anterior. A queda de preços em outubro foi de 21%, em relação a 2022, acumulando uma retração média de 11,40% no ano.

As exportações de carnes também superam, em volume, o montante de janeiro a outubro do ano passado, mas as receitas totalizam US$ 17.1 bilhões, abaixo dos US$ 20.4 bilhões de 2022.

A principal desaceleração nas vendas ocorreu com a carne bovina. O volume registrou pouca alteração, mas as receitas caíram 26% no ano.

Um dos grandes destaques do ano é o açúcar. Oferta menor do produto pelos concorrentes e alta dos preços permitiram ao Brasil exportar 24 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 11.7 bilhões.

As exportações de frutas, que registraram forte aceleração em 2021, vêm perdendo ritmo e totalizaram apenas 733.000 toneladas neste ano.

Mauro Zafalon
Fonte: Folha de SP
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